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Capítulo 1 Ver capítulo
1 Deus, tendo falado outrora muitas vezes e de muitos modos a nossos pais pelos profetas,
2 nestes dias, que são os últimos, falou-nos por meio de seu Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem criou o mundo,
3 o qual (Filho), sendo o resplendor da sua glória e a figura da sua substância, sustentando tudo com a sua poderosa palavra, depois de ter feito a purificação dos pecados (dos homens com os seus sofrimentos) está sentado (como homem) à direita da majestade (de Deus) nas alturas,
4 feito tanto mais superior aos anjos, quanto o nome que herdou é mais excelente que o deles.
5 Com efeito, a qual dos anjos disse (Deus) jamais : Tu és meu filho, eu te gerei hoje (Ps. 2, 7)? E outra vez: Eu serei para ele um Pai, e ele será para mim um Filho (2Sm. 7, 14).
6 E, novamente, quando introduz o seu Primogênito no mundo, diz : Todos os anjos de Deus o adorem (Ps. 96, 7).
7 Acerca dos anjos diz: Ele faz dos seus anjos sopros de vento, e dos seus ministros chamas ardentes (Ps. 103, 4).
8 Mas ao Filho diz: O teu trono ó Deus, subsistirá pelos séculos dos séculos; é um ceptro de equidade o ceptro do teu reino.
9 Amaste a justiça e aborreceste a iniquidade, por isso. Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, de preferência aos teus companheiros (Ps. 44, 7-8).
10 E noutro lugar: Tu, Senhor, no principio fundaste a terra, e o céus são obra das tuas mãos.
11 Eles perecerão, mas tu permanecerás, e todos envelhecerão como um vestido;
12 tu os enrolarás como uma capa, e eles, como uma veste, serão mudados; tu porém és sempre o mesmo e os teus anos não terão fim (Ps. 101, 26-28).
13 E a qual dos anjos disse alguma vez: Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés (Ps. 109, 1)?
14 Porventura não são todos espíritos destinados a servir, enviados para exercer o seu ministério a favor daqueles que hão-de receber a herança da salvação?
Capítulo 2 Ver capítulo
1 Portanto, é necessário guardar mais cuidadosamente as coisas que temos ouvido, para não andarmos sem rumo.
2 Porque, se a palavra anunciada pelos anjos ficou firme, e toda a prevaricação e desobediência recebeu a justa retribuição que merecia,
3 como escaparemos nós (ao castigo de Deus), se desprezarmos tão grande salvação, a qual, tendo começado a ser anunciada pelo Senhor, foi depois confirmada entre nós pelos que a ouviram (diretamente dele),
4 comprovando Deus o seu testemunho por meio de sinais, maravilhas, toda a espécie de milagres e dons do Espirito Santo, distribuídos segundo a sua vontade?
5 Com efeito, não foi aos anjos (mas a Cristo) que Deus submeteu o mundo futuro, de que falamos (que é a Igreja).
6 Ora alguém deu testemunho, em certo lugar, dizendo: Que é o homem para que te lembres dele, ou o filho do homem para que o visites ?
7 Tu o fizeste, por um pouco de tempo, inferior aos anjos; tu o coroaste de glória e de honra, e o constituíste sobre as obras das tuas mãos.
8 Tu puseste todas as coisas sob seus pés (Ps. 8, 5-7). Ora, sujeitando-lhe todas as coisas, nada deixou que lhe não ficasse sujeito. E contudo nós agora não vemos ainda que lhe esteja sujeito tudo.
9 Mas, aquele Jesus, que por um pouco de tempo foi feito inferior aos anjos, nós o vemos, pela paixão da morte, coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, sofresse a morte por todos.
10 De facto, convinha que aquele, para quem e por quem são todas as coisas, querendo levar muitos filhos à glória, aperfeiçoasse pelos sofrimentos o autor da salvação deles.
11 Porque o santificador e os santificados vêm todos de um só. Por esta causa, (Jesus) não se envergonha de lhes chamar irmãos, dizendo:
12 Anunciarei o teu nome aos meus irmãos; louvar-to-ei no meio da assembleia (Ps. 21, 23).
13 E outra vez: Eu confiarei nele (Is. 8, 17). E de novo: Eis-me aqui, eu e os filhos, que Deus me deu (Is. 8, 18).
14 Por isso, visto que os filhos participaram da carne e do sangue, ele também participou igualmente das mesmas coisas, a fim de destruir pela morte aquele que tinha o império da morte, isto é, o demônio,
15 e para livrar aqueles que, pelo temor da morte, estavam em escravidão, toda a vida.
16 Realmente em nenhum lugar (da Escritura se lê que) ele vem em auxílio dos anjos (rebeldes), mas vem em auxílio da descendência de Abraão.
17 Daí vem que ele deveu em tudo ser semelhante a seus irmãos, a fim de ser diante de Deus um pontífice misericordioso e fiel (no seu ministério), para expiar os pecados do povo.
18 Por isso, porque ele mesmo sofreu e foi tentado, é que pode socorrer aqueles que são tentados.
Capítulo 3 Ver capítulo
1 Pelo que, irmãos santos, (vós que sois) participantes da vocação celestial, considerai o Apóstolo e o Pontífice da fé que professamos, Jesus,
2 o qual é fiel ao que o constituiu, assim como também Moisés o era em toda a casa dele (Nm. 12, 7).
3 Contudo este (Jesus) é considerado digno de tanta maior glória do que Moisés, quanto o que edificou a casa tem maior honra que a mesma casa.
4 Efetivamente toda a casa é edificada por alguém; mas o que construiu todas as coisas, é Deus.
5 Moisés na verdade era fiel em toda a casa de Deus, como um servo, para testificar aquelas coisas que se deviam anunciar;
6 porém Cristo foi fiel como um filho posto à frente da sua casa, a qual casa somos nós, se conservarmos firmes até ao fim a confiança e a alegre altivez da esperança (dos bens eternos).
7 Pelo que, como diz o Espírito Santo; Se ouvirdes hoje a sua voz,
8 não endureçais os vossos corações, como sucedeu no deserto, no lugar da revolta, no dia da tentação,
9 em que vossos pais me provocaram, me experimentaram e viram as minhas obras,
10 durante quarenta anos. Por isso indignei-me contra esta geração e disse: Estes erram sempre com o coração. Não conheceram os meus caminhos,
11 por isso jurei-lhes na minha ira : Não entrarão no meu descanso (S. 95,8-11).
12 Vede, irmãos, que não haja em algum de vós um coração mau e incrédulo, que o aparte do Deus vivo,
13 mas exortai-vos uns aos outros, todos os dias, durante (a vida presente que é) o tempo que se chama. Hoje, para que nenhum de vós se endureça, seduzido pelo pecado.
14 Em realidade, (é verdade que) nós somos participantes de Cristo, mas contanto que conservemos inviolavelmente até ao fim a nossa firmeza dos primeiros dias,
15 enquanto se nos diz: Se hoje ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como sucedeu no lugar da rebelião.
16 Quais foram os que, depois de terem ouvido a sua voz, se revoltaram? Não foram todos aqueles, que tinham saído do Egito, sob a direção de Moisés?
17 E contra quem esteve Deus indignado durante quarenta anos? Porventura não foi contra aqueles que pecaram, cujos cadáveres ficaram estendidos no deserto?
18 E quais são aqueles a quem jurou (Deus) que não entrariam no (lugar do) seu descanso (que era a terra prometida de Canaan), senão os que foram incrédulos?
19 E, de facto, nós vemos que eles não puderam lá entrar por causa da sua incredulidade.
Capítulo 4 Ver capítulo
1 Temamos pois que, desprezando a promessa (de Deus) de entrar no seu descanso, haja algum dentre vós que dele seja excluído.
2 Da mesma forma que eles (Israelitas), também nós recebemos a boa nova; porém a palavra que eles ouviram, não lhes aproveitou, por não ser acompanhada da fé por parte daqueles que a tinham ouvido.
3 Porém nós, que cremos, entraremos no descanso (do céu), segundo disse: Como jurei na minha ira , não entrarão no meu descanso (S. 95,11). Com certeza (Deus fala daquele descanso que teve lugar quando) estavam concluídas as suas obras depois da criação do mundo.
4 Com efeito, em certo lugar falou assim do sétimo dia: E Deus descansou no sétimo dia de todos as suas obras (Gn. 2, 2).
5 E outra vez: Não entrarão no meu descanso (Ps. 94, 11).
6 Como, pois, alguns entram nele, e aqueles, a quem primeiro foi anunciada a boa nova, não entraram por causa da sua incredulidade,
7 (Deus) fixa de novo um certo dia (que ele chama). Hoje, dizendo, por meio de David, muito tempo depois, o que acima foi citado: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações.
8 De fato, se Josué lhes tivesse dado o descanso, Deus não teria falado, depois disso, de um outro dia.
9 Resta portanto um repouso sabático ( no céu) para o povo de Deus.
10 Realmente aquele que entrou no descanso de Deus, também repousa das suas obras, como Deus das dele.
11 Apressemos-nos, pois, a entrar naquele descanso, para que ninguém caia, dando tal exemplo de desobediência.
12 Porque a palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante do que toda a espada de dois gumes; chega até à separação da alma e do espírito, das junturas e das medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração.
13 Não há nenhuma criatura invisível na sua presença, mas todas as coisas estão a nu e a descoberto, aos olhos daquele de quem falamos.
14 Tendo nós, pois, um grande pontífice, que penetrou os céus, Jesus, Filho de Deus, sejamos firmes na profissão da nossa fé.
15 Não temos um pontífice que não possa compadecer-se das nossas enfermidades, mas que foi tentado em tudo á nossa semelhança, excepto no pecado.
16 Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e de encontrar graça, para sermos socorridos em tempo oportuno.
Capítulo 5 Ver capítulo
1 Todo pontífice, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens naquelas coisas que se referem a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados,
2 o qual se possa condoer daqueles que ignoram e erram, porque também está cercado de enfermidade;
3 por isso deve oferecer sacrifícios pelos seus próprios pecados, como pelos do povo.
4 E nenhum se arroga esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Aarão.
5 Por isso mesmo, Cristo não se deu a si mesmo a glória de ser pontífice, mas recebeu-a daquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei (Ps. 2, 7).
6 Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque (Ps. 109, 4).
7 Nos dias da sua vida mortal, oferecendo, com grande brado e com lágrimas, preces e súplicas, ao que o podia salvar da morte (pela ressurreição), foi atendido pela sua piedade (para com Deus),
8 e, embora fosse Filho de Deus, (e conhecesse tudo), aprendeu (por experiência própria) a obediência pelas coisas que sofreu;
9 consumado em perfeição, tornou-se a causa da salvação eterna para todos os que lhe obedecem,
10 sendo chamado por Deus pontífice segundo a ordem de Melquisedeque.
11 Sobre este assunto (do sacerdócio de Cristo) tínhamos muitas coisas que dizer, e coisas difíceis de explicar, porque vos tornastes tardos para compreender.
12 Com efeito, devendo vós ser já mestres, atendendo ao tempo (decorrido desde que vos convertestes), tendes ainda necessidade de que novamente vos ensinem os primeiros rudimentos da palavra de Deus: tornaste-vos tais que tendes necessidade de leite, e não de alimento sólido.
13 Ora o que está ainda a leite, é incapaz da doutrina da justiça, porque é menino.
14 O alimento sólido, porém, é para os perfeitos, para aqueles que pelo hábito têm os sentidos exercitados para discernir o bem e o mal.
Capítulo 6 Ver capítulo
1 Contudo, deixando de discorrer sobre os primeiros rudimentos acerca de Cristo, elevemo-nos a coisas mais perfeitas, sem voltar de novo aos pontos fundamentais do arrependimento das obras mortas e da fé em Deus,
2 da doutrina sobre os batismos e da imposição das mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno.
3 E isto faremos, se Deus o permitir.
4 É impossível que os que foram uma vez iluminados, que tomaram o gosto ao dom celestial e foram feitos participantes do Espírito Santo,
5 que gostaram a boa palavra de Deus e as maravilhas do mundo futuro,
6 e que depois disto caíram (é impossível que eles) tornem a ser renovados pela penitência, pois crucificam de novo o Filho de Deus, em si mesmos, e o expõem à ignomínia.
7 De facto, a terra que absorve a chuva, que cai muitas vezes sobre ela, e produz erva proveitosa a quem a cultiva, recebe a bênção de Deus.
8 Porém se ela produz espinhos e abrolhos, é reprovada e está perto de maldição, o seu fim é a queima.
9 Porém de vós, ó caríssimos, esperamos melhores coisas e mais vizinhas da salvação, embora assim falemos.
10 Deus não é injusto, para que se esqueça da vossa obra e da caridade que mostrastes em seu nome, vós que servistes aos santos e ainda os servis.
11 Desejamos, porém, que cada um de vós mostre o mesmo zelo até ao fim, para tornar completa a vossa esperança (conseguindo a salvação eterna),
12 de modo que não vos torneis tíbios, mas imiteis aqueles que, mediante a fé e a perseverança, são herdeiros das promessas.
13 Quando Deus fez a promessa a Abraão, não tendo ninguém maior por quem jurar, jurou por si mesmo,
14 dizendo: Fica certo de que eu te abençoarei abundantemente e abundantemente te multiplicarei (Gn. 22, 16-17).
15 E assim Abraão, esperando pacientemente, obteve o cumprimento da promessa.
16 Com efeito, os homens juram pelo que há de maior que eles, e o juramento, servindo de garantia, termina todas as contendas.
17 Pelo que, querendo Deus mostrar com mais evidência aos herdeiros da promessa a imutabilidade da sua resolução, interpôs o juramento,
18 para que, por estas duas coisas inabaláveis (promessa e juramento), nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos uma poderosíssima consolação, nós, que pusemos o nosso refúgio na firme adesão à esperança proposta,
19 a qual temos como uma âncora segura e firme da alma, e que penetra até além do véu, no interior do santuário (celeste)
20 em que Jesus, nosso precursor, entrou por nós, na qualidade de pontífice eterno, segundo a ordem de Melquisedeque.
Capítulo 7 Ver capítulo
1 Este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote de Deus Altíssimo, saiu ao encontro de Abraão, quando ele voltava de destroçar os (quatro) reis, e o abençoou;
2 a ele deu Abraão o dízimo de todos os despojos; (o seu nome) primeiramente se interpreta rei de justiça, e depois rei de Salém, que quer dizer rei de paz;
3 (aparecendo) sem pai nem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias, sem fim de vida, tornado assim semelhante ao Filho do Deus, (Melquisedeque) permanece sacerdote para sempre.
4 Ora considerai quão grande devia ser ele, a quem até o patriarca Abraão deu dízimos das melhores coisas.
5 Certamente os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio, têm ordem, segundo a lei, de recolher os dízimos do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que eles tenham saído também do sangue de Abraão,
6 Mas este (Melquisedeque), cuja linhagem não é contada entre eles, recebeu os dízimos de Abraão e abençoou-o a ele, que tinha as promessas (de Deus).
7 Ora, sem dúvida alguma, o inferior é que recebe a bênção do superior.
8 E aqui (no sacerdócio levítico) evidentemente são homens mortais que recebem os dízimos; mas ali (em Melquisedeque) recebe-os um homem de quem se afirma (na Escritura) que vive (não se falando da sua morte).
9 E Levi, que recebe dízimos, ele mesmo, por assim dizer, os pagou (a Melquisedeque) na pessoa de Abraão;
10 porque, ainda ele estava em gérmen, no seu antepassado, quando Melquisedeque saiu ao encontro deste.
11 Portanto, se a perfeição tivesse podido ser realizada pelo sacerdócio levítico (porque, sob este, é que o povo recebeu a lei), que necessidade havia de que surgisse depois outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, e não segundo a ordem de Aarão?
12 Pois, mudado o sacerdócio, é necessário que mude também a lei.
13 Ora (Cristo), aquele de quem isto se diz, pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar,
14 porque é notório que Nosso Senhor nasceu na tribo de Judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu o sacerdócio.
15 E isto ainda é mais manifesto, se se levanta outro sacerdote à semelhança de Melquisedeque,
16 o qual não foi feito (sacerdote) segundo a lei de um mandamento carnal, mas segundo o poder de uma vida imperecível.
17 Com efeito, (Deus) declara: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.
18 Assim é abolido o mandamento precedente (relativo ao sacerdócio levítico), por causa da sua fraqueza e inutilidade;
19 de facto, a lei nenhuma coisa levou à perfeição, mas foi introdutora de melhor esperança, pela qual nos aproximamos de Deus.
20 E, como isto não foi feito sem juramento, porque, enquanto os outros foram feitos sacerdotes sem juramento,
21 este foi-o com juramento (feito) por aquele que lhe disse: O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote eternamente
22 Jesus tornou-se por isso mesmo o fiador de uma aliança melhor.
23 Demais, entre aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque a morte não lhes permitia durar (sempre)
24 mas este, porque permanece para sempre, tem um sacerdócio que não passa.
25 Por isso pode salvar perpetuamente os que por ele mesmo se aproximam de Deus, vivendo sempre para interceder em seu favor.
26 Porque convinha que tivéssemos um tal pontífice, santo, inocente, imaculado, segregado dos pecadores e elevado acima dos céus.
27 que não tem necessidade, com os (outros) sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiramente pelos seus pecados, depois pelos do povo; fez isto, uma só vez por todas, oferecendo-se a si mesmo.
28 Porquanto a lei constituiu sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que é posterior à lei, constitui (pontífice) o Filho (de Deus, que é) perfeito eternamente.
Capítulo 8 Ver capítulo
1 O ponto capital de tudo o que acabamos de dizer é este: temos um pontífice tal, que está sentado nos céus à direita do trono da Majestade,
2 ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo erigido pelo Senhor, e não pelo homem.
3 Sendo todo o pontífice constituído para oferecer dons e vítimas, é necessário que também este tenha alguma coisa que oferecer.
4 Porque, se ele estivesse sobre a terra, nem sacerdote seria, visto que os há aí (filhos da tribo de Levi) que oferecem dons, segundo a lei,
5 que celebram um culto que é apenas imagem e sombra das coisas celestiais, como foi dito por Deus a Moisés, quando teve de construir o tabernáculo: Olha (disse) faze todas as coisas conforme o modelo que te foi mostrado sobre o monte (Ex. 25, 40).
6 Mas (Cristo) recebeu um ministério tanto mais elevado quanto melhor a aliança de que é mediador, a qual foi estabelecida sobre melhores promessas.
7 De facto, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, não se buscaria lugar para uma segunda.
8 Pois que (Deus), repreendendo-os, diz: Eis virão dias em que eu contrairei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma nova aliança,
9 diferente da aliança que fiz com os seus pais, no dia em que lhes peguei pela mão para os tirar da terra do Egito; porém, visto que eles não perseveraram na minha aliança, também me desinteressei deles, diz o Senhor.
10 Mas esta é a aliança que estabelecerei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: porei as minhas leis no seu espirito, grava-las-ei no seu coração, e serei o seu Deus, e eles serão o meu povo;
11 ninguém ensinará mais a seu compatriota, ninguém a seu irmão, dizendo: "conhece o Senhor", porque todos eles me conhecerão, desde o mais pequeno até ao maior,
12 pois perdoarei as suas iniquidades e não me lembrarei mais dos seus pecados (Jer. 31,31-34).
13 Falando de aliança nova, Deus declarou antiquada a primeira. Ora o que envelhece e se torna antiquado, está prestes a perecer.
Capítulo 9 Ver capítulo
1 A primeira aliança teve também regulamentos relativos ao culto e um santuário terrestre.
2 Foi construído um tabernáculo, em cuja parte anterior, chamada o Santo, se encontravam o candeeiro, a mesa e os pães da proposição.
3 Por detrás do segundo véu estava a parte do tabernáculo chamada o Santo dos Santos,
4 contendo o altar de ouro, para os perfumes, e a arca da aliança, coberta de ouro por todos os lados, na qual havia uma urna de ouro contendo o maná, a vara de Aarão, que tinha florescido, e as tábuas da aliança ;
5 sobre ela estavam os Querubins da glória, que cobriam com a sua sombra o propiciatório. Toda via não é aqui o lugar de falarmos destas coisas, uma por uma.
6 Estando assim tudo disposto, os sacerdotes entram sempre na primeira parte do tabernáculo, para exercer as funções sacerdotais;
7 na segunda só entra o pontífice, uma vez no ano, não sem sangue que ofereça pelas suas faltas e pelas do povo,
8 significando com isto o Espírito Santo que o caminho do santuário não está ainda aberto, enquanto subsiste o primeiro tabernáculo,
9 que é uma figura do tempo presente, no qual se oferecem dons e sacrifícios, que não podem tornar perfeita a consciência do sacrificante.
10 Tudo isto apenas se refere a alimentos e bebidas, a diversas abluções e determinações carnais, impostas somente até ao tempo da reforma.
11 Mas Cristo, vindo como pontífice dos bens futuros, passando pelo meio de um tabernáculo mais excelente e perfeito, não feito por mão de homem, isto é, não desta criação,
12 e não com o sangue dos bodes ou dos bezerros, mas com o seu próprio sangue, entrou uma só vez no santuário, conseguindo-nos uma redenção eterna.
13 Com efeito, se o sangue dos bodes e dos touros, e a cinza de uma novilha, aspergindo os impuros, os santificam e lhes dão a pureza da carne,
14 quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência das obras de morte para servir a Deus vivo!
15 Por isso ele é mediador do novo testamento, a fim de que, intervindo a sua morte para o perdão daquelas prevaricações que havia sob o antigo, os chamados recebam a herança eterna que lhes foi prometida.
16 De facto, onde há um testamento, é necessário que intervenha a morte do testador,
17 porque o testamento só produz seu efeito em caso de morte, não tendo força enquanto vive o testador.
18 Por isso nem mesmo o primeiro testamento foi inaugurado sem sangue.
19 Efetivamente Moisés, tendo lido a todo o povo todos os preceitos da lei, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, com lã tinta de escarlate e com hissopo aspergiu o mesmo livro (que continha a lei) assim como todo o povo,
20 dizendo: Este é o sangue da aliança que Deus contraiu convosco (Ex. 24, 8).
21 Aspergiu igualmente com sangue o tabernáculo e todos os vasos do ministério.
22 Quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue : sem efusão de sangue não há remissão.
23 Era, pois, necessário que as figuras das realidades celestiais fossem assim purificadas, mas que as mesmas realidades celestiais o fossem por meio de sacrifícios superiores.
24 Jesus não entrou num santuário feito por mão de homem, figura do verdadeiro, mas entrou no mesmo céu, para se apresentar agora diante de Deus por nós,
25 e não entrou para se oferecer muitas vezes a si mesmo, como o pontífice entra, uma vez por ano, no santuário com sangue alheio.
26 Doutra maneira ser-lhe-ia necessário padecer muitas vezes desde o princípio do mundo; apareceu, porém, uma só vez, no fim dos séculos, para destruir o pecado com o sacrifício de si mesmo.
27 E, assim como está decretado que os homens morram, uma só vez, e que, depois disso, se siga o juízo,
28 assim também Cristo se ofereceu uma só vez (em sacrifício) para apagar os pecados de muitos; a segunda vez aparecerá, não por causa do pecado, mas para salvação daqueles que o esperam.
Capítulo 10 Ver capítulo
1 Efetivamente a lei, tendo apenas a sombra dos bens futuros, não a própria realidade, nunca pode, com aquelas mesmas vítimas que se oferecem incessantemente, cada ano, tornar perfeitos os que se aproximam de Deus.
2 Doutra sorte não teriam cessado de as oferecer, porque os sacrificadores, uma vez purificados, não mais teriam tido consciência de pecado?
3 Mas nestes sacrifícios faz-se memória dos pecados, todos os anos,
4 porque é impossível que, com o sangue dos touros e dos bodes, se tirem os pecados.
5 Por isso (Jesus Cristo), entrando no mundo, diz: Não quiseste sacrifício nem oblação, mas formaste-me um corpo;
6 os holocaustos e os sacrifícios pelo pecado não te agradaram.
7 Então eu disse: Eis-me que venho, segundo está escrito de mim no rolo do livro, para fazer, ó Deus, a tua vontade (Ps. 39, 7-9).
8 Tendo dito acima: Não quiseste nem te são agradáveis os sacrifícios, as oblações, os holocaustos, as vitimas pelo pecado — são estas as coisas que se oferecem, segundo a lei —
9 em seguida declara : Eis-me que venho para fazer (ó Deus) a tua vontade. Tira o primeiro estado de coisas, para estabelecer o segundo.
10 Por esta vontade somos santificados mediante a oblação do corpo de Jesus Cristo feita uma vez.
11 E, enquanto que todo o sacerdote se apresenta cada dia a exercer o seu ministério e a oferecer muitas vezes as mesmas hóstias, que nunca podem tirar os pecados,
12 este, ao contrário, tendo oferecido uma só hóstia pelos pecados, está sentado para sempre à direita de Deus,
13 esperando, de resto, que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés .
14 Com uma só oblação, tornou perfeitos para sempre os que foram santificados.
15 O Espírito Santo no-lo testifica, por que, depois de ter dito:
16 Esta é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, o Senhor acrescenta: Porei as minhas leis nos seus corações, escrevê-las-ei nos seus espíritos
17 e jamais me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades (Je. 31, 33-34).
18 Ora, onde há remissão de pecados, não é necessária oblação pelo pecado.
19 Portanto, irmãos, tendo nós confiança de entrar no santuário (no céu) pelo sangue de Cristo,
20 pelo caminho novo e vivo que nos abriu através do véu, isto é através da sua carne,
21 e tendo um pontífice que preside à casa de Deus,
22 aproximemo-nos (de Deus) com um coração sincero, com plenitude de fé, purificados os corações de todo o mal de que tivermos consciência, e lavado o corpo com uma água limpa (do batismo).
23 Conservemos firme a profissão da nossa esperança, porque é fiel o que fez a promessa,
24 e sejamos solícitos uns para com os outros, para nos estimularmos à caridade e às boas obras,
25 não abandonando a nossa assembleia, como é costume de alguns, mas animando-nos, e tanto mais quanto mais virdes que se aproxima o dia (final).
26 Se pecamos voluntariamente depois de termos recebido o conhecimento da verdade, não resta mais sacrifício pelos pecados,
27 mas uma expectativa terrível do juízo e o ardor do fogo que há-de devorar os rebeldes.
28 Se alguém violar a lei de Moisés (tornando-se idólatra), sob a deposição de duas ou três testemunhas morre, sem remissão alguma;
29 imaginai vós quanto maiores tormentos merecerá o que tiver calcado aos pés o Filho de Deus, tiver considerado como profano o sangue da aliança, com que foi santificado, e tiver ultrajado o Espírito da graça!
30 Com efeito, sabemos quem é o que disse: A mim pertence a vingança! Darei a cada um o que merece (Dt. 32, 35). E outra vez: O Senhor julgará o seu povo (Ps. 135, 14).
31 E coisa horrenda cair nas mãos do Deus vivo.
32 Lembrai-vos dos primeiros dias em que, depois de terdes sido iluminados, sofrestes grande combate de sofrimentos:
33 umas vezes, expostos publicamente aos opróbrios e tribulações; outras, tomando parte nos sofrimentos daqueles que eram assim tratados.
34 Em realidade, compadecestes-vos dos sofrimentos dos encarcerados e suportastes com alegria o esbulho dos vossos bens, sabendo que tendes um patrimônio mais excelente e durável.
35 Não percais, pois, a vossa confiança, que tem uma grande recompensa.
36 Precisais de perseverança, para que, fazendo a vontade de Deus, alcanceis a promessa (da recompensa eterna),
37 porque (diz Deus): ainda mais um poucochinho de tempo: o que há-de vir, virá, e não tardará.
38 O meu Justo viverá da fé; porém, se ele se afastar dela, não agradará à minha alma (Hc. 2, 3-4).
39 Nós, porém, não somos daqueles que se afastam (da fé) para sua perdição, mas daqueles que guardam a fé para salvar a sua alma.
Capítulo 11 Ver capítulo
1 Ora a fé é o fundamento das coisas que se esperam, e o argumento das que não se vêem.
2 Foi por a terem possuído que os antigos obtiveram um bom testemunho (de Deus).
3 Pela fé reconhecemos que o mundo foi formado pela palavra de Deus, de sorte que o visível foi feito pelo invisível.
4 (Animado) pela fé, ofereceu Abel a Deus um sacrifício melhor que o de Caim; por ela foi declarado justo, tendo Deus aprovado os seus dons; e por ela fala ainda depois de morto (por meio dos seus exemplos).
5 Pela fé foi arrebatado Henoch (deste mundo) para que não visse a morte, e não foi encontrado, visto que Deus o tinha arrebatado (Gn. 5, 24). Antes desta trasladação, recebeu o testemunho de ter agradado a Deus.
6 Sem fé é impossível agradar-lhe: de fato, é necessário que o que se aproxima de Deus, creia que ele existe e que é remunerador dos que o buscam.
7 Foi pela fé que Noé, avisado por Deus de coisas que ainda se não viam, com piedoso temor foi aparelhando uma arca para salvar a sua família; pela fé condenou o mundo e tornou-se herdeiro da justiça, que se obtêm pela fé.
8 Pela fé, aquele que se chama Abraão obedeceu, partindo para o lugar que havia de receber por herança; e partiu, sem saber para onde ia.
9 Pela fé estabeleceu-se na terra prometida, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaac e Jacob, herdeiros com ele da mesma promessa,
10 porque esperava ( o céu, que é) aquela cidade de sólidos fundamentos, cujo arquiteto e construtor é Deus.
11 Pela fé, até a mesma Sara estéril recebeu a virtude de conceber, apesar da sua idade avançada, porque creu que era fiel aquele que lho tinha prometido.
12 Por isso de um só homem, e esse já amortecido(pela velhice), saiu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como as areias das praias.
13 Na fé morreram todos (estes patriarcas), sem terem ainda recebido as coisas prometidas, mas vendo-as e saudando-as de longe, e confessando serem estrangeiros e peregrinos sobre a terra (Gn. 23, 4).
14 Em verdade, os que falam assim, mostram bem que buscam a sua pátria.
15 Por certo, se eles tivessem na mente aquela donde saíram, tinham na verdade tempo de voltar para lá;
16 mas é uma pátria melhor, isto é, a (pátria) celeste que eles desejam. Por isso Deus não se dedigna de se chamar seu Deus, porque lhes preparou uma cidade.
17 Pela fé, Abraão, posto à prova, ofereceu em sacrifício Isaac, seu filho unigênito, aquele que tinha recebido as promessas,
18 aquele a quem havia sido dito: É de Isaac que sairá a tua descendência (Gn. 21, 12).
19 Todavia (Abraão) considerava que Deus é poderoso até para ressuscitar os mortos; por isso o recuperou. E isto é para nós um símbolo.
20 Pela fé, Isaac abençoou Jacob e Esaú em vista das coisas futuras.
21 Pela fé, Jacob, estando para morrer, abençoou cada um dos filhos de José e prostrou-se ante a extremidade do ceptro dele.
22 Pela fé, José, quando estava para morrer, anunciou a saída dos filhos de Israel (do Egito) e fez disposições sobre os seus ossos.
23 Pela fé, Moisés, depois de nascido, foi escondido por seus pais durante três meses, porque viram que era um menino formoso e não temeram o decreto do rei.
24 Pela fé, Moisés, depois de grande, negou ser filho da filha de Faraó,
25 escolhendo antes ser afligido com o povo de Deus, que gozar a delícia transitória do pecado,
26 considerando maior riqueza o opróbrio do Cristo, que os tesouros dos Egípcios, porque olhava para a recompensa.
27 Pela fé deixou o Egito, não temendo a cólera do rei: permaneceu firme, como se visse (a auxiliá-lo) aquele que é invisível.
28 Pela fé celebrou a Páscoa e fez a aspersão do sangue, a fim de que o (anjo) exterminador (dos primogênitos egípcios) não tocasse os primogênitos dos Israelitas.
29 Pela fé passaram o mar Vermelho, como por terra firme, enquanto que os Egípcios, tentando a mesma passagem, foram engolidos (pelas águas).
30 Pela fé, caíram os muros de Jericó, (só) com dar voltas ao redor deles durante sete dias.
31 Pela fé, Raab, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, por haver acolhido com bondade os exploradores.
32 E que mais direi ainda? Faltar-me-ia o tempo, se eu quisesse falar de Gedeão, de Barac, de Sansão, de Jeflé, de David, de Samuel e dos profetas,
33 os quais pela fé conquistaram reinos, exerceram a justiça, alcançaram as promessas, fecharam a boca dos leões,
34 extinguíram a violência do fogo, evitaram o fio da espada, convalesceram de enfermidades, tornaram-se fortes na guerra, puseram em fuga exércitos estrangeiros.
35 Mulheres houve, até, que recobraram ressuscitados os seus mortos. (Pela fé) uns foram torturados, não querendo o seu resgate, para alcançarem melhor ressurreição;
36 outros sofreram ludíbrios e açoutes, e, até, cadeias e prisões;
37 foram apedrejados, foram torturados, foram serrados, foram passados ao fio da espada, andaram errantes, cobertos de peles de ovelhas e de cabras, desnudados de tudo, oprimidos, maltratados:
38 eles, de quem o mundo não era digno, tiveram de andar errando pelos desertos, pelos montes, pelas cavernas e antros da terra.
39 E todos eles, conquanto houvessem recebido um bom testemunho, por causa da sua fé, não beneficiaram da promessa,
40 tendo Deus disposto alguma coisa melhor para nós, de forma que eles, sem nós, não obtivessem a perfeição (do felicidade).
Capítulo 12 Ver capítulo
1 Por isso nós, também, estando cercados por uma tão grande nuvem de testemunhas, deixando todo o peso que nos detém e o pecado que nos envolve, corramos com paciência na carreira que nos é proposta,
2 pondo os olhos no autor e consumador da fé, Jesus, o qual, tendo-lhe sido proposto gozo, sofreu a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está sentado à direita do trono de Deus.
3 Considerai, pois, aquele que sofreu tal contradição dos pecadores contra si, e não vos deixareis cair no desânimo.
4 Ainda não resististes até ao (derramento do) sangue, combatendo contra o pecado,
5 e estais esquecidos daquela exortação, que vos é dirigida (por Deus), como a filhos: Meu filho, não desprezes o castigo do Senhor, nem desanimes, quando por ele és repreendido,
6 porque o Senhor corrige aquele que ama, e castiga todo aquele que reconhece por seu filho (Pv. 3, 11-12).
7 E para vossa emenda que sofreis provação. Deus trata-vos como filhos. E qual é o filho a quem seu pai não corrige?
8 Se, porém, estais isentos do castigo, do qual todos são participantes, então sois bastardos, e não verdadeiros filhos.
9 Além disso, visto que nossos pais, segundo a carne, nos castigavam, e nós os respeitávamos, quanto mais não devemos ser obedientes ao Pai dos espíritos para ter a vida?
10 E aqueles castigavam-nos por um período de poucos dias, como bem lhes parecia, este, porém, (castiga-nos) para nosso bem, para nos tornar participantes da sua santidade.
11 Na verdade toda a correção no presente não parece um motivo de gozo, mas de tristeza; porém, depois dará frutos de paz e de justiça aos que por ela foram exercitados,
12 Por isso levantai as vossas mãos remissas e os vossos joelhos vacilantes (Is. 35, 3);
13 dirigi os vossos passos pelo caminho direito, para que o que manqueja (na fé), não se desvie, antes porém seja sanado.
14 Buscai a paz com todos e a santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor;
15 Atendei a que ninguém falte à graça de Deus, a que nenhuma raiz amarga brotando para fora, sirva de embaraço (Dt. 29, 17) e por ela sejam muitos contaminados.
16 Que não haja nenhum impudico ou profanador, como Esaú, o qual, por uma iguaria, vendeu a sua primogenitura.
17 Sabei que, desejando ele ainda depois herdar a bênção (paterna), foi rejeitado, porque não lhe foi possível fazer com que (seu pai) mudasse de resolução, posto que lho pedisse com lágrimas.
18 Em verdade não vos aproximastes de uma montanha palpável, nem de um fogo ardente, nem de nuvens sombrias, nem de trevas, nem da tempestade,
19 nem do som da trombeta, nem daquela voz tão retumbante que os que a ouviram, suplicaram que não se lhes falasse mais.
20 De facto, não podiam suportar esta intimação: Se mesmo um animal tocar a montanha, será apedrejado (Ex. 19,121).
21 Era tão terrível o que se via, que Moisés disse: Eu estou aterrado e a tremer (Dt. 9,19).
22 Vós, porém, aproximastes-vos da montanha de Sião e da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celeste e da multidão de muitos milhares de anjos,
23 da assembleia dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e de Deus, juiz de todos, e dos espíritos dos justos perfeitos,
24 e de Jesus, mediador da nova aliança, e do sangue purificador, que fala melhor que o de Abel.
25 Vede, não recuseis ouvir aquele que fala. Porque, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir o que publicava os seus oráculos sobre a terra, muito menos nós, se voltarmos as costas ao que nos fala do céu,
26 esse cuja voz abalou então a terra, mas que agora faz uma promessa, dizendo: Ainda uma vez, e abalarei não só a terra, mas também o céu (Ag. 2, 6).
27 Ora quando diz: Ainda uma vez, declara que as coisas abaladas passarão, por serem criaturas, para que permaneçam as que são inabaláveis.
28 Portanto, recebendo nós um reino inabalável, mostremo-nos reconhecidos e prestemos a Deus um culto que lhe seja agradável, com reverência e temor.
29 Em realidade, o nosso Deus é um fogo devorador (Dt. 4, 24).
Capítulo 13 Ver capítulo
1 Permaneça entre vós a caridade fraterna.
2 Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por esta alguns, sem o saberem, (como Abraão e Lot) hospedaram anjos.
3 Lembrai-vos dos que estão presos (por causa da fé), como se estivésseis presos juntamente com eles, e dos aflitos, lembrando-vos de que também tendes um corpo.
4 Seja por todos honrado o matrimônio, e o leito conjugal sem mácula, porque Deus julgará os impudicos e os adúlteros.
5 Sejam os vossos costumes isentos de avareza, contentando-vos com o que tendes, porque ele mesmo disse: Não te deixarei, nem te abandonarei (Dt. 31, 6).
6 Assim digamos confiadamente: O Senhor é o meu auxilio; não temerei; que me poderá fazer o homem? (Ps. 117, 6).
7 Lembrai-vos dos vossos chefes, que vos anunciaram a palavra de Deus, e, considerando o fim da sua vida, imitai a sua fé.
8 Jesus Cristo é sempre o mesmo, ontem e hoje; ele o será também por todos os séculos.
9 Não vos deixeis levar por doutrinas várias e estranhas. É ótimo fortificar o coração com a graça, não com alimentos, que nada aproveitaram aos que usaram deles.
10 Nós (os cristãos) temos um altar, do qual os (sacerdotes judeus) que servem ao tabernáculo não têm faculdade de comer.
11 Os corpos daqueles animais, cujo sangue é levado pelo pontífice ao santuário, para expiação do pecado, são queimados fora dos arraiais.
12 Pelo que também Jesus, para santificar o povo com o seu sangue, padeceu fora da porta (de Jerusalém).
13 Saiamos, pois, a ele fora dos arraiais, (e sigamos-lhes as pisadas), levando o seu opróbrio,
14 porque não temos aqui cidade permanente, mas vamos buscando a futura.
15 Ofereçamos, pois, sempre a Deus, por meio dele, um sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.
16 Não esqueçais a beneficência e a liberalidade, porque com tais vítimas se torna Deus propício.
17 Obedecei aos vossos superiores e sede-lhes sujeitos, porque velam pelas vossas almas, como quem há-de dar conta delas, para que façam isto com alegria, e não gemendo, o que não vos seria vantajoso.
18 Orai por nós, pois temos confiança de ter boa consciência, desejando portar-nos bem em tudo.
19 Com mais instância vos rogo que façais isto, para que eu vos seja restituído mais depressa.
20 O Deus da paz, que ressuscitou dentre os mortos, aquele que, pelo sangue da aliança eterna, se tornou o grande Pastor das ovelhas, nosso Senhor Jesus,
21 vos torne aptos para todo o bem, para que façais a sua vontade, operando ele em vós o que é agradável a seus olhos por Jesus Cristo, a quem seja dada glória pelos séculos dos séculos. Amém.
22 Rogo-vos, pois, irmãos, que recebais bem esta palavra de exortação, porque pouco foi o que vos escrevi.
23 Sabei que nosso irmão Timóteo foi posto em liberdade; com ele, se vier com presteza, irei ver-vos.
24 Saudai todos os vossos chefes e todos os santos. Os irmãos de Itália saúdam-vos.