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Capítulo 1 Ver capítulo
1 No ano terceiro do reinado de Joaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor rei de Babilônia, contra Jerusalém, e sitiou-a. [Ler]
2 O Senhor entregou nas suas mãos Joaquim, rei de Judá e uma parte dos objectos da casa de Deus. Ele levou-os para a terra de Senaar, para a casa do seu deus; pôs os objetos na casa do tesouro do seu deus. [Ler]
3 Então disse o rei a Asfenez, seu eunuco-mor, que Ihe destinasse, dentre os filhos de Israel, da linhagem dos reis e dos nobres, [Ler]
4 alguns meninos em que não houvesse defeito algum, de gentil presença, hábeis para toda a sabedoria, versados nas ciências e inteligentes, que pudessem estar no palácio do rei, para que lhes fossem ensinadas as letras e a língua dos Caldeus [Ler]
5 O rei ordenou que se lhes desse cada dia de comer das Iguarias reais, e de beber do vinho que ele mesmo bebia, a fim de que, mantidos deste modo durante três anos, servissem depois na presença do rei. [Ler]
6 Entre estes encontraram-se dos filhos de Judá, Daniel, Ananias, Misael e Azarias. [Ler]
7 O eunuco-mor pôs-lhes os seguintes nomes: a Daniel o de Baltasar, a Ananias o de Sidrac, a Misael o de Misac, e a Azarias o de Abdenago. [Ler]
8 Daniel resolveu no seu coração não se contaminar com as iguarias que lhe viessem da mesa do rei, nem com o vinho que ele bebesse, e pediu ao eumuco-mor que não o obrigasse a contaminar-se. [Ler]
9 Deus fez que Daniel achasse graça e benevolência diante do eunuco-mor. [Ler]
10 Então o eunuco-mor disse a Daniel: Tenho medo do rei, meu amo, o qual determinou o que vós deveis comer e beber; se ele vir os vossos rostos mais macilentos que os dos outros jovens da vossa idade, sereis a causa de que o rei me condene. [Ler]
11 Daniel respondeu ao oficial, a quem o eunuco-mor tinha ordenado que tivesse cuidado de Daniel, de Ananias, de Misael e de Azarias; [Ler]
12 Peço-te que nos experimentes a nós, teus servos, durante dez dias, dando-nos só legumes a comer e água a beber; [Ler]
13 depois disto, olha para os nossos rostos e para os rostos dos meninos que comem da mesa do rei, e, conforme vires, assim procederás com os teus servos. [Ler]
14 Ele acedeu ao seu pedido e experimentou-os durante dez dias. [Ler]
15 Depois dos dez dias apareceram os seus rostos melhores e mais gordos do que os de todos os meninos que comiam da mesa do rei. [Ler]
16 O oficial pois, levava embora os manjares e o vinho que deviam beber, e dava-lhes legumes. [Ler]
17 Deus concedeu a estes jovens saber e compreensão no campo das letras e da sabedoria, e a Daniel (deu) a inteligência de todas as visões e sonhos. [Ler]
18 Terminando pois, o tempo, depois do qual o rei tinha ordenado que lhe fossem apresentados, o eunuco-mor introduziu-os à presença de Nabucodonosor. [Ler]
19 Tendo-se o rei entretido em conversação com eles, não encontrou entre todos quem igualasse Daniel, Ananias, Misael e Azarias. Ficaram, portanto, ao serviço da pessoa real. [Ler]
20 Em todas as questões que o rei lhes propôs em matéria de sabedoria e de inteligência, achou que excediam dez vezes todos os adivinhos e magos de todo o seu reino. [Ler]
21 Daniel permaneceu (ao serviço do rei) até ao primeiro ano do rei Ciro. [Ler]
Capítulo 2 Ver capítulo
1 No segundo ano do seu reinado teve Nabucodonosor sonhos, que perturbaram tanto o seu espírito que perdeu o sono. [Ler]
2 Mandou, pois, o rei convocar os adivinhos, os magos, os encantadores e os Caldeus (ou astrólogos), para que lhe fizessem conhecer quais tinham, sido os seus sonhos. Eles, tendo chegado, apresentaram-se diante do rei. [Ler]
3 O rei disse-lhes: Tive um sonho, mas o meu espírito está perturbado, ao procurar compreendê-lo. [Ler]
4 A isto os Caldeus responderam ao rei em aramaico: ó rei, vive eternamente! Dize a teus servos o sonho que tiveste, que nós to interpretaremos. [Ler]
5 Respondendo o rei disse aos Caldeus: Sabei da minha decisão: se me não declarardes o sonho e o seu significado, sereis despedaçados, e as vossas casas arrasadas. [Ler]
6 Mas, se expuserdes o sonho e o que ele significa, recebereis de mim prêmios, dons e grandes honras. Êxponde-me, pois, o sonho e a sua interpretação. [Ler]
7 Eles segunda vez responderam, dizendo: Declare o rei a seus servos o sonho que teve, e nós lhe daremos a sua interpretação. [Ler]
8 Respondeu o rei: Conheço bem que procurais ganhar tempo, pois sabeis da minha decisão. [Ler]
9 Se me não disserdes o que sonhei, é porque também estais a forjar uma interpretação falsa e funesta, para me entreterdes com palavras até que tenha passado o tempo. Dizei, pois, qual foi o meu sonho, para que eu saiba que a interpretação que lhe derdes é verdadeira. [Ler]
10 Dando os Caldeus a sua resposta na presença do rei, disseram: Não há homem, ó rei, sobre a terra, que possa executar a ordem do rei, e nenhum rei há, por grande e poderoso que seja, que pergunte semelhante coisa a um adivinho, a um mago, ou a um Caldeu, [Ler]
11 O que o rei pergunta, é difícil; não se achará pessoa alguma que declare isso ao rei, excepto os deuses, os quais não têm a morada entre os homens. [Ler]
12 Ao ouvir isto, o rei, todo enfurecido, cheio de uma grande ira, ordenou que fossem mortos todos os sábios de Babilónia. [Ler]
13 Publicada que foi esta sentença, ia-se já proceder à matança dos sábios, e andava-se em busca de Daniel e dos seus companheiros para também serem mortos. [Ler]
14 Então Daniel falou prudente e sabiamente a Arioc chefe da guarda do rei, que tinha saído para fazer matar os sábios de Babilónia. [Ler]
15 Perguntou a Arioc, oficial do rei, por que causa havia pronunciado o lei uma sentença tão cruel. Tendo Arioc declarado a Daniel o que havia sobre isso, [Ler]
16 apresentou-se Daniel ao rei e suplicou-lhe que lhe concedesse algum tempo para revelar ao rei a interpretação (do sonho). [Ler]
17 (Daniel) foi para sua casa e contou o que se passava aos seus companheiros Ananias, Misael e Azarias, [Ler]
18 a fim de que eles implorassem a misericórdia do Deus do céu, acerca deste segredo, para que Daniel e seus companheiros não perecessem com os outros sábios de Babilónia. [Ler]
19 Então foi descoberto o segredo a Daniel, numa visão durante a noite, e Daniel bem-disse o Deus do Céu, [Ler]
20 nestes termos: Seja bem-dito o nome do Senhor, de século em século, porque dele são a sabedoria e a fortaleza. [Ler]
21 É ele que muda os tempos e as idades, que depõe e estabelece os reis, que dá a sabedoria aos sábios, e a ciência aos inteligentes. [Ler]
22 É ele que revela as coisas profundas e escondidas, que conhece o que está nas trevas, e junto dele mora a luz. [Ler]
23 A ti, ó Deus de meus pais, dou graças e louvo, porque me deste sabedoria e fortaleza; agora me mostraste o que tínhamos pedido, descobriste o que o rei desejava saber. [Ler]
24 Depois disto, Daniel foi ter com Arioc, a quem o rei tinha ordenado que fizesse matar os sábios de Babilónia, e falou-lhe desta maneira: Não mates os sábios de Babilónia; leva-me à presença do rei, e eu lhe revelarei a interpretação. [Ler]
25 Então Arioc apresentou logo Daniel ao rei e disse-lhe: Encontrei um homem dentre os cativos dos filhos de Judá, que dará ao rei a solução que deseja. [Ler]
26 O rei respondeu a Daniel, que tinha por nome Baltasar: És, em verdade, capaz de me dizer o que vi em sonho e dar a sua interpretação? [Ler]
27 Respondendo Daniel ao rei, disse: Os sábios, os magos, os adivinhos, os feiticeiros, não podem descobrir ao rei o mistério que o rei deseja descobrir. [Ler]
28 Mas no céu há um Deus que revela os mistérios, o qual mostrou ao rei Nabucodonosor as coisas que hão-de acontecer nos últimos tempos. [Ler]
28 O teu sonho e as visões, que a tua cabeça teve no teu leito, são as seguintes: [Ler]
29 Tu, ó rei, começaste a pensar, estando na tua cama, no que havia de acontecer no futuro, e aquele que revela os mistérios te descobriu as coisas que hão-de vir. [Ler]
30 A mim também me foi revelado este segredo, não porque a sabedoria, que há em mim, seja maior que a de todos os outros viventes, mas para que ficasse manifesta ao rei a Interpretação do seu sonho, e para que soubesses os pensamentos do teu coração. [Ler]
31 Tu, ó rei. estavas olhando, e eis (que te apareceu) uma grande estátua; esta estátua grande, dum brilho extraordinário, erguia-se de pé diante de ti, de aspecto aterrador. [Ler]
32 A sua cabeça era de ouro fino, o peito e os braços eram de prata, o ventre e as coxas de bronze; [Ler]
33 as pernas eram de ferro; uma parte dos pés era de ferro, e a outra de barro. [Ler]
34 Estavas a olhá-la, quando uma pedra se desprendeu da montanha, sem intervir mão (de nenhum homem), a qual feriu a estátua nos seus pés de ferro e de barro, e os fez em pedaços. [Ler]
35 Então se quebraram, a um tempo o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, e ficaram reduzidos como a miúda palha, lançada (pela aragem) para fora da eira no tempo do estio; foram levados pelo vento, sem ficar nada deles. Porém a pedra, que tinha dado na estátua, tornou-se uma alta montanha, que encheu toda a terra. [Ler]
36 Este é o sonho. Diremos também ao rei a sua interpretação. [Ler]
37 Tu és o rei dos reis, a quem Deus do céu deu o reino, a força, o Império e a glória, [Ler]
38 a quem sujeitou, em todos os lugares em que habitam, os filhos dos homens, os animais do campo, as aves do céu. Submeteu-os todos ao teu domínio; tu, pois, és a cabeça de ouro. [Ler]
39 Depois de ti, se levantará outro reino, menor que o teu; a seguir, um terceiro reino, o de bronze, o qual mandará em toda a terra. [Ler]
40 Um quarto reino será forte como ferro; assim como o ferro quebra e tritura todas as coisas, assim ele quebrará e pulverizará todos os outros. [Ler]
41 Os pés e os dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, significam que esse reino será dividido: terá um pouco da solidez do ferro, pois viste que o ferro estava misturado com o barro. [Ler]
42 Os dedos dos pés em parte de ferro e em parte de barro, dão a entender que esse reino será, em parte, firme, e em parte, frágil. [Ler]
43 Como viste que o ferro estava misturado com o barro, também eles se misturarão por meio de parentescos contraídos, mas não formarão um corpo único entre si, assim como o ferro se não pode ligar com o barro. [Ler]
44 No tempo desses reis, suscitará o Deus do céu um reino que não será jamais destruído, e cuja soberania não passará a outro povo. Esmigalhará e aniquilará todos esses reinos, e subsistirá para sempre: [Ler]
45 foi isso o que viste na pedra arrancada da montanha, sem intervir mão (de nenhum homem), a qual esmigalhou ó barro, o ferro, o bronze, a prata e o ouro. Com isto mostrou o grande Deus, ao rei. o que está para vir nos tempos futuros. É verdadeiro o sonho, e fiel a sua interpretação. [Ler]
46 Então o rei Nabucodonosor prostrou-se com o rosto em terra, diante de Daniel, e mandou que lhe fizessem oblações e lhe queimassem incenso. [Ler]
47 O rei, seguidamente, falando a Daniel, disse-lhe: Verdadeiramente o vosso Deus é o Deus dos deuses, o Senhor dos reis e o que revela os mistérios, pois que pudeste descobrir este segredo. [Ler]
48 Então o Rei elevou Daniel a alta dignidade e deu-lhe muitos e magníficos presentes; constituíu-o governador de toda a província de Babilónia e chefe supremo de todos os sábios de Babilónia. [Ler]
49 Daniel pediu e obteve do rei que fossem constituídos superintendentes dos negócios da província de Babilónia Sidrac. Misac e Abdenago. Daniel ficou na corte do rei. [Ler]
Capítulo 3 Ver capítulo
1 Fez o rei Nabucodonosor uma estátua de ouro, de sessenta côvados de alto e seis de largo, e pô-la na planície de Dura, na província de Babilónia. [Ler]
2 Em seguida o rei Nabucodonosor mandou juntar os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os legistas, os juizes e todas as autoridades, das províncias, para que assitissem à dedicação da estátua, que o rei Nabucodonosor tinha levantado. [Ler]
3 Juntaram-se, pois, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os legistas, os juizes e todas as autoridades das províncias, para assistirem à dedicação da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado. Estavam em pé diante da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado. [Ler]
4 Um pregoeiro clamou com vigor: A vós, povos, nações e (gente de todas as) línguas, se vos ordena; [Ler]
5 No momento em que ouvirdes o som da trombeta. da flauta, da citara, da harpa, do saltério, da cornamusa e de todo o géuero de instrumentos músicos; prostrando-vos em terra, adorareis a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor levantou. [Ler]
6 Se alguém não a adorar prostrado, será no mesmo, instante lançado numa fornalha incandescente. [Ler]
7 Portanto, logo que os povos ouviram o som da trombeta, da flauta, da citara, da arpa, do saltério, da cornamusa e de todo o gênero de instrumentos músicos, prostraram-se em terra todos os povos, nações e (gentes de todas as) línguas, adorando a estátua de ouro, que o rei Nabucodonosor tinha levantado. [Ler]
8 No mesmo momento, aproximando-se uns homens Caldeus, acusaram os Judeus. [Ler]
9 Disseram ao rei Nabucodonosor: Ó rei vive eternamente! [Ler]
10 Tu ó rei, decretaste que todo o homem que ouvisse o som da trombeta, da flauta, da citara, da harpa, do saltério, da cornamusa e de todo o gênero de instrumentos músicos, se prostrasse em terra e adorasse a estátua de ouro, [Ler]
11 e que, se alguém não a adorasse, prostrado, seria lançado numa fornalha incandescente. [Ler]
12 Não obstante isto, há (três) homens Judeus, que constituíste superintendentes dos negócios da província de Babilônia, Sidrac, Jlisac e Abdenago, os quais desprezaram, ó rei, o teu decreto; não honram os teus deuses, nem adoram a estátua de ouro que levantaste. [Ler]
13 Então Nabucodonosor cheio de furor e de ira, ordenou que trouxessem à sua presença Sidrac, Misac e Abdenago, que foram logo conduzidos à presença do rei. [Ler]
14 E o rei Nabucodonosor, tomando a palavra disse-lhes: É verdade, Sidrac, Misac e Abdenago, que não honrais os meus deuses e não adorais a estátua de ouro que erigi? [Ler]
15 Agora estais prontos (a obedecer-me) no momento em que ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da citara, da harpa, do saltério, da cornamusa e de todo o gênero de instrumentos músicos, a prostrar-vos em terra e adorar a estátua que fiz? Se a não adorardes, no mesmo instante sereis lançados numa fornalha incandescente. E qual é o Deus que vos poderá livrar da minha mão? [Ler]
16 Respondendo, Sidrac, Misac e Abdenago disseram ao rei Nabucodonosor: Não há necessidade alguma de que te respondamos sobre isto, [Ler]
17 porque o nosso Deus, a quem adoramos, pode tirar-nos da fornalha de fogo ardente e livrar-nos ó rei, das tuas mãos. [Ler]
18 Porém, se ele o não quiser fazer assim, fica sabendo, ó rei, que nós não honraremos os teus deuses, nem adoraremos a estátua de ouro que erigiste. [Ler]
19 A estas palavras, encheu-se Nabucodonosor de furor, e mudou-se o seu semblante contra Sidrac, Misac e Abdenago. Mandou que se acendesse a fornalha com um fogo sete vezes mais ardente do que se costumava acender. [Ler]
20 Ordenou (então) a valentes soldados do seu exército que, ligados os pés a Sidrac, Misac, e Abdenago, os lançassem na fornalha incandescente. [Ler]
21 Imediatamente foram aqueles (três) homens ligados e lançados no meio da fornalha de fogo ardente, com as suas roupas, tiaras, sapatos e vestidos. [Ler]
22 Porque o mandado do rei era urgente e a fornalha estava extraordinariamente aquecida, as chamas do fogo mataram aqueles homens que tinham lançado nelas a Sidrac, Misac e Abdenago. [Ler]
23 Entretanto estes três homens, Sidrac. Misac e Abdenago caíram ligados no meio da fornalha de fogo ardente. [Ler]
24 Ora eles passeavam pelo meio das chamas, louvando a Deus e bem-dizendo ao Senhor. [Ler]
25 Azarias de pé, abrindo a sua boca no meio do fogo, orou, dizendo assim: [Ler]
26 Bem-dito sejas Senhor Deus de nossos pais! Seja o teu nome louvado e glorificado por todos os séculos [Ler]
27 Porque tu és justo em todas as coisas que fizeste, e todas as tuas obras são verdadeiras, e os teus caminhos rectos, e todos os teus juízos a verdade. [Ler]
28 Porque exerceste justos juízos em todas as coisas (más) que fizeste vir sobre nós e sobre Jerusalém, cidade santa de nossos pais; mandaste-nos todos estes castigos em verdade e justiça, por causa dos nossos pecados. [Ler]
29 Pecámos e procedemos iniquamente, retirando-nos de ti, em todas as coisas temos delinquido; [Ler]
30 não atendemos aos teus preceitos, não os observámos, não os praticámos, como nos tinhas ordenado, para que fôssemos, felizes. [Ler]
31 Todos os castigos pois, que fizeste vir sobre nos, todos os males que nos tens feito padecer, tudo com verdadeira justiça o tens feito. [Ler]
32 Entregaste-nos nas mãos de nossos inimigos iníquos, de ímpios odiosos, e a um rei injusto, o pior que há em toda a terra. [Ler]
33 Agora nem sequer ousamos abrir a boca; a confusão e o opróbrio acabrunham teus servos e todos os que te adoram. [Ler]
34 Não nos abandones para sempre, por amor do teu nome, não destruas a tua aliança (com Israel); [Ler]
35 não retires de nós a tua misericórdia, por amor de Abraão, teu amado, de Isaac, teu servo, de Israel, teu santo, [Ler]
36 aos quais prometeste multiplicar a sua descendência como as estrelas do céu e como a areia que está nas praias do mar. [Ler]
37 Senhor, estamos reduzidos a um número mais pequeno que todas as outras nações, encontramo-nos hoje humilhados em toda a terra, por causa dos nossos pecados. [Ler]
38 Já não há príncipe, nem chefe, nem profeta, nem holocausto, nem sacrifício, nem oblação, nem incenso, nem lugar em que te possamos oferecer as nossas primícias [Ler]
39 e obter a tua misericórdia. Porém, de coração contrito e espírito humilhado, sejamos recebidos por ti, [Ler]
40 como se trouxéssemos holocaustos de carneiros e de touros, como se te oferecêssemos milhares de cordeiros gordos; seja assim (aceite) o nosso sacrifício, hoje, diante de ti, seja (considerado) perfeito, porque jamais são confundidos aqueles que em ti confiam. [Ler]
41 Agora seguimos-te de todo o coração, tememos-te e buscamos a tua face. [Ler]
42 Não nos confundas, mas trata-nos segundo a tua mansidão, segundo a abundância das tuas misericórdias. [Ler]
43 Livra-nos, por meio das maravilhas do teu poder, e glorifica, Senhor, o teu nome. [Ler]
44 Sejam confundidos todos aqueles que fazem sofrer tribulações aos teus servos, sejam confundidos pela perda de todo o seu poder, e seja quebrada a sua força; [Ler]
45 saibam que só tu és Deus e Senhor, que enches de glória toda a terra. [Ler]
46 Entretanto os servos do rei, que os tinham lançado no fogo, não cessavam de alimentar a fornalha com nafta, estopa, pez e sarmentos. [Ler]
47 A labareda, que se levantava quarenta e nove côvados acima da fornalha, [Ler]
48 inclinando-se abrasou os Caldeus que encontrou próximo da fornalha. [Ler]
49 Mas o anjo do Senhor desceu para junto de Azarias e seus companheiros, à fornalha, e desviou da fornalha a chama do fogo, [Ler]
50 fez que soprasse no meio da fornalha uma espécie de fresca viração acompánhada de orvalho, de forma que o fogo não os tocou de modo algum, não os atormentou, nem lhes causou moléstia. [Ler]
51 Então aqueles três (jovens), como por uma só boca, louvavam a Deus na fornalha, glorificavam-no nestes termos; [Ler]
52 Tu és bem-dito, Senhor Deus de nossos pais, digno de ser louvado e exaltado para sempre. Bem-dito é o teu nome santo e glorioso, digno de todo o louvor e exaltação para sempre. [Ler]
53 Tu és bem-dito no templo da tua sauta glória, digno do máximo louvor e exaltação, por todos os séculos. [Ler]
54 Tu és bem-dito sobre o trono do teu reino, digno do máximo louvor e exaltação, por todos os séculos. [Ler]
55 Tu és bem-dito, tu que penetras o fundo dos abismos e estás assentado sobre os Querubins, digno do máximo louvor e glória, por todos os séculos. [Ler]
56 Tu és bem-dito no firmamento do céu.e digno de louvor e de glória, por todos os séculos. [Ler]
57 Obras do Senhor, bem-dizei todas o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
58 Anjos do Senhor, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
59 Céus, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
60 Águas que estais por cima dos céus, bem-dizei todas o Senhor. louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
61 Forças do Senhor, bem-dizei todas o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
62 Sol e lua, bem-dizei o Senhor.louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
63 Astros do céu, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
64 Chuvas e orvalhos- bem-dizei todos o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
65 Ventos, bem-dizei todos o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
66 Fogos e calores, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
67 Frios e ardor, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
68 Orvalhos e geadas, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
69 Gelos e frialdade, bem:dizei o Senhor. louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
70 Gelos e neves, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
71 Noites e dias, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
72 Luz e trevas, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
73 Relâmpagos e nuvens, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
74 Que a terra bem-diga o Senhor que o louve e exalte por todos os séculos. [Ler]
75 Montanhas e colinas, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
76 Plantas que brotais da terra, bem-dizei todas o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
77 Pontes, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
78 Mares e rios, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
79 Monstros e tudo o que se move nas águas, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
80 Aves do céu, bem-dizei todas o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
81 Animais selvagens e rebanhos, bem-dizei o Senhor.louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
82 Filhos dos homens, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
83 Bem-diga Israel o Senhor, louve-o e exalte-o por todos os séculos. [Ler]
84 Sacerdotes do Senhor, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltaí-o por todos os séculos. [Ler]
85 Servos do Senhor, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
86 Espíritos e almas dos justos, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
87 Santos e humildes do coração bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. [Ler]
88 Ananias, Azarias e Misael, bem-dizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o por todos os séculos; porque ele nos tirou da morada dos mortos, salvou-nos da mão da morte, livrou-nos do meio das chamas ardentes, tirou-nos do meio do fogo. [Ler]
89 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua misericórdia é eterna. [Ler]
90 Vós todos que adorais o Senhor, bem-dizei o Deus dos deuses, louvai-o e rendei-lhe acções de graças.porque a sua misericórdia permanece por todos os séculos. [Ler]
91 Então o rei Nabucodonosor ficou estupefacto: levantou-se de repente e disse para os seus conselheiros: Não lançámos nós no meio do fogo três homens atados? Eles, respondendo ao rei, disseram: Assim é, ó rei. [Ler]
92 Ao que ele replicou: Contudo eu vejo quatro homens soltos, passeando no meio do fogo, sem sofrer mal algum; o aspecto do quarto é semelhante ao dum filho dos deuses. [Ler]
93 Então Nabucodonosor aproximou-se da porta da fornalha incandescente e disse; Sidrac, Misac e Abdenago, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde. E logo Sidrac, Misac e Abdenago saíram do meio do fogo. [Ler]
94 Reunidos os sátrapas, os prefeitos, os governadores e os conselheiros do rei, olharam para aqueles homens e viram que o fogo não tinha tido poder algum sobre os seus corpos, que nem um só cabelo da sua cabeça se tinha queimado, que as suas roupas estavam intactas e que nem sequer cheiravam a chamusco. [Ler]
95 Então Nabucodonosor exclamou: Bem-dito seja o Deus de Sidrac, Misac e Abdenago, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que creram nele e que resistindo ao mandamento do rei, entregaram os seus corpos para não servirem e não adorarem a nenhum outro deus, além do seu Deus. [Ler]
96 Decreto, pois, o seguinte: Todo o homem de qualquer povo, nação ou língua, que disser algum mal contra o Deus de Sidrac de Misac e de Abdenago, será feito em pedaços, e a sua casa destruída, porque não há outro Deus, que assim possa salvar, senão este. [Ler]
97 Então o rei elevou em dignidade a Sidrac, Misac e Abdenago, na província de Babilónia. [Ler]
98 O rei Nabucodonosor a todos os povos, nações e línguas que habitam sobre toda a terra: A paz seja em vós abundante. [Ler]
99 Aprouve-me dar a conhecer os sinais e maravilhas que o Deus Altíssimo operou em meu favor. [Ler]
100 Quão grandes os seus sinais, quão poderosas as suas maravilhas. O seu reino é um reino eterno, e o seu império estende-se de geração em geração. [Ler]
Capítulo 4 Ver capítulo
1 Eu, Nabucodonosor, estava tranquilo em minha casa, feliz no meu palácio. [Ler]
2 Tive um sonho que me atemorizou; estando na minha cama, os meus pensamentos e as visões da minha cabeça perturbaram-me. [Ler]
3 Por esta causa publiquei um decreto para que viessem à minha presença todos os sábios de Babilônia, a fim de me darem a explicação do meu sonho. [Ler]
4 Então vieram à minha presença os adivinhos, os magos, os Caldeus e os feiticeiros, e eu contei-lhes o meu sonho mas eles não me deram a sua interpretação. [Ler]
5 Finalmente apresentou-se diante de mim Daniel, que tem por nome Baltasar, segundo o nome do meu deus, o qual tem em si mesmo o espírito dos deuses santos, ao qual expus assim o meu sonho: [Ler]
6 Baltasar, príncipe dos adivinhos, como sei que tens em ti o espírito dos deuses santos e que nenhum segredo te é impenetrável expõe-me as visões do sonho que tive e dá-me a sua interpretação. [Ler]
7 As visões da minha cabeça, que tive na minha cama, foram assim: Estava a olhar, e eis (que vi) no meio da terra uma árvore altíssima. [Ler]
8 A árvore cresceu e pôs-se forte; a sua altura chegava até ao céu: via-se das extremidades de toda a terra. [Ler]
9 A sua folhagem era formosa e os seus frutos copiosos; dela todos se podiam sustentar; os animais dos campos acolhiam-se à sua sombra, as aves do céu pousavam sobre os seus ramos, e dela se sustentava toda a carne. [Ler]
10 Eu contemplava estas visões da minha cabeça, no meu leito, e eis que um (anjo) vigilante, um santo, desceu do céu. [Ler]
11 Clamou com voz forte: Deitai abaixo esta árvore, cortai-lhe os ramos, fazei-lhe cair as folhas e atirai para longe os seus frutos; fujam os animais, que estão debaixo dela, e as aves que estão sobre os seus ramos. [Ler]
12 Deixai todavia na terra o toco com as suas raízes; seja ele atado com cadeias de ferro e de bronze entre as ervas dos campos, seja molhado com o orvalho do céu e tenha, com os animais, parte na erva da terra. [Ler]
13 O seu coração não seja mais um coração de homem, dê-se-lhe um coração de animal, e passem (permanecendo ele neste estado) sete tempos por cima dele. [Ler]
14 Por sentença dos (anjos) vigilantes assim foi decretado, esta decisão é uma ordem dos santos, para que conheçam os viventes que o Altíssimo tem o domínio sobre a realeza dos homens, que a dá a quem quer e eleva a ela (se quiser) o mais humilde dos homens. [Ler]
15 Eis o sonho que eu. rei Nabucodonosor, tive. Tu, Baltasar, interpreta-mo, porque nenhum dos sábios do meu reino me pode dizer o que significa; tu, porém, podes, porque o espírito dos deuses santos está em ti. [Ler]
16 Então Daniel, por outro nome Baltasar, ficou, de momento embaraçado, e os seus pensamentos perturbavam-no. Mas o rei, tomando a palavra, disse-lhe: Baltasar, não te turbe o sonho, nem a sua interpretação. Baltasar respondeu-lhe: Meu senhor, (oxalá que) o sonho seja contra os que te têm ódio, e a sua interpretação contra os teus inimigos. [Ler]
17 A árvore que tu viste alta e robusta, que chegava até ao céu e se via de toda a terra, [Ler]
18 (essa árvore) de folhagem formosa e frutos abundantes, na qual todos achavam com que se sustentar, a cuja sombra os animais do campo se acolhiam e em cujos ramos as aves do céu pousavam, [Ler]
19 (essa árvore) és tu, ó rei, que te engrandeceste e te fizeste poderoso, cuja grandeza crescente chegou até ao céu, cujo poder se estendeu até às extremidades da terra. [Ler]
20 E quanto ao ter o rei visto o (anjo) vigilante, o santo, baixar do céu e dizer: Deitai abaixo esta árvore e cortai-lhe os ramos, mas deixai na terra o toco com as suas raízes, atado com cadeias de ferro e de bronze entre as ervas dos campos; que seja molhado com o orvalho do céu, e o seu pasto seja (comum) com os animais dos campos, até se terem passado sete tempos por cima dele — eis a interpretação, ó rei; [Ler]
21 É uma sentença do Altíssimo, que foi pronunciada contra o rei, meu senhor: [Ler]
22 Lançar-te-ão fora da companhia dos homens, e a tua habitação será com os animais dos campos; comerás erva como os bois e serás molhado com o orvalho do céu; passar-se-ão assim sete tempos por cima de ti até que reconheças que o Altíssimo domina sobre a realeza dos homens, e a dá a quem lhe apraz. [Ler]
23 Quanto à ordem de deixar o toco com as raízes da árvore, (isso significa que) a tua realeza te voltará a ser dada, quando tiveres reconhecido que a soberania vem do céu. [Ler]
24 Portanto segue, ó rei, o conselho que te dou: resgata os teus pecados com boas obras, as tuas iniquidades pela misericórdia para com os pobres; talvez (assim) se prolongue a tua segurança. [Ler]
25 Todas estas coisas aconteceram ao rei Nabucodonosor. [Ler]
26 Ao cabo de doze meses, passeando ele no palácio de Babilônia, [Ler]
27 começou a falar deste modo: Não é esta aquela grande Babilônia, que edifiquei para residência real, com a força do meu poder, para glória da minha majestade? [Ler]
28 Estando ainda estas palavras na boca do rei, caiu do céu uma voz; Eis o que se te anuncia, ó rei Nabucodonosor: A tua realeza ser-te-á tirada, [Ler]
29 expulsar-te-ão do meio dos homens, e a tua habitação será com os animais dos campos; comerás erva como os bois, e sete tempos passarão por cima de ti, até que reconheças que o Altíssimo domina sobre a realeza dos homens e a dá a quem lhe apraz. [Ler]
30 Na mesma hora se cumpriu esta palavra na pessoa de Nabucodonosor: foi expulso do meio dos homens, comeu erva como os bois, e o seu corpo foi molhado com o orvalho do céu, de sorte que lhe cresceram os cabelos como as (plumas das) águias, e se tornaram as suas unhas como as das aves. [Ler]
31 Mas depois que se passou o tempo, eu, Nabucodonosor, levantei os meus olhos ao céu, e voltou a mim a razão; (então) bem-disse o Altíssimo, louvei e glorifiquei o que vive eternamente, cujo império é um império eterno, cujo reino se estende de geração em geração. [Ler]
32 Todos os habitantes da terra são diante dele como um nada; ele faz tudo o que quer, tanto dos exércitos do céu, como dos habitantes da terra; não há quem resista à sua mão e lhe diga: Por que fizeste assim? [Ler]
33 Ao mesmo tempo voltou a mim a razão, recobrei o esplendor e toda a glória do meu reino; os meus conselheiros e os grandes da minha corte vieram buscar-me e eu fui restabelecido no meu reino, e foi acrescentada a minha grandeza. [Ler]
34 Agora, pois, eu Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico o rei do céu, porque todas as suas obras são verdadeiras, e os seus caminhos cheios de justiça, e ele pode humilhar os que andam na soberba. [Ler]
Capítulo 5 Ver capítulo
1 O rei Baltasar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho diante destes mil. [Ler]
2 Estando, pois, já cheio de vinho, mandou que lhe trouxessem os vasos de ouro e de prata, que Nabucodonosor, seu pai, tinha transportado do templo de Jerusalém, para beberem por eles o rei e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas. [Ler]
3 Foram, pois, trazidos os vasos de ouro e de prata, que tinham sido transportados do templo de Jerusalém, e por eles beberam o rei e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas. [Ler]
4 Beberam o vinho e louvaram os deuses de ouro e de prata, de bronze, de ferro, de pau e de pedra. [Ler]
5 Na mesma hora apareceram dedos de mão humana, que escreviam defronte do candelabro, na massa que escrevia. [Ler]
6 Então o rei mudou de cor, os seus pensamentos perturbaram-no; os músculos dos seus rins se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro. [Ler]
7 O rei clamou em alta voz que fizessem vir os magos, os Caldeus e os adivinhos. Tomando a palavra disse aos sábios de Babilônia: Todo o que ler esta escritura e me der a sua interpretação, será vestido de púrpura, trará um colar de ouro ao pescoço e será o terceiro no meu reino. [Ler]
8 Então, tendo entrado todos os sábios do rei à sua presença, não puderam nem ler esta escritura, nem dar ao rei a sua interpretação. [Ler]
9 Por cujo motivo ficou o rei Baltasar muito perturbado, o seu rosto mudou de cor e os grandes da sua corte ficaram também sobressaltados. [Ler]
10 Mas a rainha (mãe), levada pelo barulho das palavras do rei e dos seus grandes entrou na sala do banquete, e, falando disse: Ó rei, vive eternamente! Não te turbem os teus pensamentos, nem se altere o teu rosto. [Ler]
11 No teu reino há um homem que tem em si o espírito dos deuses santos; no tempo de teu pai, manifestaram-se nele uma luz, uma inteligência e uma sabedoria semelhantes à sabedoria dos deuses. Por isso, o rei Nabucodonosor, teu pai, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos Caldeus e dos adivinhos, [Ler]
12 porque um espírito superior, uma ciência (invulgar) e uma (singular) inteligência, para interpretação de sonhos, declaração de segredos e solução de dificuldades, tudo se achou nele, Daniel, a quem o rei pôs o nome de Baltasar. Agora, pois, chame-se Daniel, e ele interpretará esta escritura. [Ler]
13 Daniel, então, foi apresentado diante do rei. O rei disse-lhe: És tu Daniel, um dos cativos dos filhos de Judá que o rei, meu pai, trouxe da Judeia? [Ler]
14 Ouvi dizer de ti que tens o espírito dos deuses, e que em ti se encontram, em grau superior, luz, inteligência e sabedoria. [Ler]
15 Ainda agora vieram à minha presença os sábios e os magos, para lerem esta escritura e me darem a interpretação dela, mas não puderam decifrar o sentido daquelas palavras. [Ler]
16 Porém de ti ouvi dizer que podes interpretar as coisas obscuras e resolver as intrincadas; se fores capaz, portanto, de ler esta escritura e de me dar a sua interpretação, serás vestido de púrpura. trarás um colar de ouro ao teu pescoço, e serás o terceiro no meu reino. [Ler]
17 Daniel, respondendo a isto, disse em presença do rei: As tuas dádivas sejam para ti, e dá os teus presentes a outro! Todavia vou-te ler, ó rei, esta escritura, e dar-te a sua significação. [Ler]
18 O Deus altíssimo, ó rei, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino e a grandeza, a glória e a majestade. [Ler]
19 Por causa do grande poder que lhe tinha dado, todos os povos, nações e línguas temiam e tremiam diante dele: aos que queria, matava; aos que queria, deixava viver; aos que queria, exaltava; e aos que queria, humilhava. [Ler]
20 Porém, depois que o seu coração se elevou, e o seu espírito se endureceu até à arrogância, foi deposto do trono da sua realeza, e foi-lhe tirada a sua glória. [Ler]
21 Foi expulso do meio dos filhos dos homens, o seu coração ficou semelhante ao dos brutos, e a sua habitação era com os asnos selvagens ; comia erva como os bois, e o seu corpo foi molhado com o orvalho do céu, até que reconheceu que o Altíssimo tem um poder soberano sobre a realeza dos homens, e que eleva a ela quem lhe apraz. [Ler]
22 E tu, Baltasar. que és seu filho, não humilhaste o teu coração, apesar de saberes todas estas coisas; [Ler]
23 antes, pelo contrário, te elevaste contra o Senhor do céu, fizeste vir para diante de ti os vasos da sua casa, e bebeste por eles vinho, tu, com os teus grandes, as tuas mulheres e as tuas concubinas; ao mesmo tempo louvaste os deuses de prata e de ouro, de bronze, de ferro, de pau e pedra, que não vêem, nem ouvem, nem entendem, e não deste glória ao Deus, que tem na sua mão o teu sopro (vital) e todos os teus caminhos [Ler]
24 Por isso é que ele mandou os dedos daquela mão que escreveu o que está traçado (na parede). [Ler]
25 Eis o significado do que ali está escrito: Mene, Mene, Tequel, Farsin. [Ler]
26 Esta é a interpretação das palavras; Mene: Deus contou (os dias do) teu reinado, e pôs-lhe termo. [Ler]
27 Tequel: foste pesado na balança, e achou-se que estavas falto de peso. [Ler]
28 Farsin: o teu reino foi dividido e dado aos Medos e aos Persas, [Ler]
29 Então, por ordem de Baltasar, foi Daniel vestido de púrpura, cingiu-se ao pescoço um colar de ouro, e publicou-se que ele teria o terceiro posto no reino. [Ler]
30 Naquela mesma noite foi morto Baltasar, rei dos Caldeus. [Ler]
31 Dario Medo sucedeu-lhe no reino, tendo sessenta e dois anos de idade. [Ler]
Capítulo 6 Ver capítulo
1 Aprouver a Dario estabelecer para o governo do reino cento e vinte sátrapas (ou governadores) repartidos por todo o reino. [Ler]
2 Sobre eles constituíu três chefes dos quais Daniel era um, a fim de que estes sátrapas lhes dessem conta dos negócios, para que o rei não fosse lesado. [Ler]
3 Ora Daniel avantajava-se a todos os chefes e sátrapas, porque era superior o seu espírito (de forma que) o rei pensava em o estabelecer sobre todo o reino. [Ler]
4 Então os chefes e os sátrapas buscavam ocasião de o acusar no respeitante aos negócios do reino, mas não puderam achar pretexto algum ou falta, porque ele era fiel, não se achava nele culpa alguma, nem negligência. [Ler]
5 Disseram, pois, aqueles homens entre si: Nós não acharemos ocasião alguma de acusar este Daniel, senão talvez pelo que diz respeito ao seu Deus. [Ler]
6 Então os chefes e os sátrapas surpreenderam o rei e falaram-lhe assim: ó rei Dario, vive eternamente! [Ler]
7 Todos os chefes do teu reino, os prefeitos, os sátrapas, os conselheiros e os governadores são de parecer que o rei promulgue um decreto ordenando que todo aquele que, por espaço de trinta dias, pedir alguma coisa a qualquer deus ou a qualquer homem, que não tu, ó rei, seja lançado na cova dos leões. [Ler]
8 Agora, pois, ó rei, estabelece esta proibição, assina este decreto, para que, segundo o estabelecido pela lei dos Medos e dos Persas — lei irrevogável — não possa ser alterado. [Ler]
9 O rei Dario, pois, assinou o decreto com a (dita) proibição. [Ler]
10 Tendo sabido Daniel que havia sido publicada esta lei, entrou em casa e, abrindo as janelas da sua câmara superior, voltadas para o lado de Jerusalém, cada dia a três horas diferentes, punha-se de joelhos, orava a Deus e rendia-lhe acções de graças, como antes costumava fazer. [Ler]
11 Então aqueles homens vieram todos e encontraram Daniel orando e fazendo súplicas ao seu Deus. [Ler]
12 Indo ter com o rei, falaram-lhe acerca do decreto dizendo: Ó rei, não ordenaste que, durante o espaço de trinta dias, todo o homem que fizesse oração a qualquer dos deuses ou dos homens, que não fosses tu, ó rei fosse lançado na cova dos leões? O rei, respondendo-lhes disse: O que vós dizeis é verdade, segundo a lei dos Medos e dos Persas, que é irrevogável. [Ler]
13 Então, tornando eles disseram ao rei: Pois Daniel, um dos cativos dos filhos de Judá, não fez caso de ti, ó rei, nem da proibição que assinaste antes faz a sua oração três vezes ao dia. [Ler]
14 Quando o rei ouviu estas palavras, ficou muito desgostoso e resolveu em seu coração salvar Daniel, e até ao pôr do sol esforçou-se por salvá-lo. [Ler]
15 Mas aqueles homens, voltando todos pressurosos ao rei disseram-lhe: Sabe, ó rei, que, segundo a lei dos Medos e dos Persas, é imutável todo o decreto que o rei passar. [Ler]
16 Então o rei deu ordem de levar Daniel e de o deitar na cova dos leões. E o rei disse a Daniel: O teu Deus, que incessantemente serves, livrar-te-á. [Ler]
17 Ao mesmo tempo levaram uma pedra e puseram-na sobre a boca da cova, a qual o rei selou com o seu anel e com o anel dos grandes da sua corte, para que se não modificasse a situação de Daniel. [Ler]
18 O rei voltou para o seu palácio e deitou-se sem ter ceado, nem deixou que lhe trouxessem mulheres; além disso, não pôde conciliar o sono. [Ler]
19 Ao outro dia, levantando-se o rei logo ao romper da manhã, foi a toda a pressa à cova dos leões; [Ler]
20 aproximando-se da cova, chamou por Daniel com voz angustiada, dizendo: Daniel, servo do Deus vivo, o teu Deus, a quem tu incessantemente serves, pôde livrar-te dos leões? [Ler]
21 Daniel, respondendo ao rei, disse: ó rei, vive eternamente! [Ler]
22 O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca aos leões, que não me fizeram mal algum, porque foi achada em mim justiça diante dele; e também diante de ti, ó rei, não cometi delito algum. [Ler]
23 Então o rei ficou sobremaneira cheio de alegria e mandou que Daniel fosse tirado da cova. Daniel foi tirado da cova, e não se encontrou nele lesão alguma, porque creu no seu Deus. [Ler]
24 Por ordem do rei, foram trazidos aqueles homens, que tinham acusado Daniel, e lançados na cova dos leões, com as suas mulheres e os seus filhos. Ainda não tinham bem chegado ao fundo da cova, quando os leões os apanharam e lhes despedaçaram todos os ossos. [Ler]
25 Então o rei Dario escreveu a todos os povos, nações e línguas, que habitavam sobre toda a terra: Muita paz sobre vós! [Ler]
26 Decreto que em todo o meu reino se respeite e tema o Deus de Daniel, porque ele é o Deus vivo que vive por todos os séculos; o seu reino não será destruído e o seu império não terá fim, [Ler]
27 Ele é o libertador e o salvador, que faz sinais e maravilhas no céu e na terra; ele livrou Daniel da cova dos leões. [Ler]
28 E Daniel prosperou sempre durante o reinado de Dario e o reinado de Ciro o Persa. [Ler]
Capítulo 7 Ver capítulo
1 No primeiro ano de Baltasar, rei de Babilônia, teve Daniel um sonho e visões da sua cabeça, estando na sua cama. Escreveu o seu sonho, apontando a substância do acontecido. Exprimiu-se assim: [Ler]
2 Eu estava vendo na minha visão nocturna, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o Grande Mar. [Ler]
3 E quatro grandes animais, diferentes uns dos outros, saíram do mar. [Ler]
4 O primeiro era como um leão e tinha asas de águia. Quando eu estava olhando para ele, foram-Ihe arrancadas as asas, e foi levantado da terra e erguido sobre os seus pés, como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem. [Ler]
5 E vi outro animal semelhante a um urso, que se levantava sobre um lado, o qual tinha três costelas na sua boca, entre os dentes, e diziam-'lhe assim: Levanta-te, como carne em abundância. [Ler]
6 Depois disto, quando estava olhando, vi outro (animal), semelhante a um leopardo que tinha no dorso quatro asas, como asas dum pássaro; este animal possuía quatro cabeças, e foi-lhe dado o poder. [Ler]
7 Depois disto, continuando a contemplar esta visão nocturna, vi um quarto animal, terrível, espantoso e extraordináriamente forte, com uns grandes dentes de ferro; devorava e despedaçava, e calcava aos pés o que sobejava; era diferente dos outros animais que eu tinha visto antes dele, e tinha dez hastes. [Ler]
8 Estava eu contemplando as hastes quando vi uma outra haste pequena, que nascia do meio delas; três das primeiras hastes foram arrancadas de diante dela (à medida que crescia); nesta haste havia uns olhos como olhos de homem, e uma boca que falava com Insolência. [Ler]
9 Eu continuava atento a ver: foram postos uns tronos, e um Ancião sentou-se; a sua roupa era branca como a neve, e os cabelos da sua cabeça como a pura lã ; o seu trono era de chamas de fogo, e as rodas neste trono um fogo ardente. [Ler]
10 De diante dele saía um impetuoso rio de fogo; eram milhares de milhares os que o serviam, e miríades e miríades (ou inumeráveis) os que assistiam diante dele. Procedeu-se ao julgamento, e foram abertos os livros [Ler]
11 Eu olhava atentamente por causa do ruído das palavras arrogantes que esta haste proferia; enquanto eu olhava, o animal foi morto, e o seu corpo destruído e entregue ao fogo. [Ler]
12 (Vi) também que tinha sido tirado o poder aos outros animais mas a duração da sua vida foi-lhes prolongada até um tempo e um período. [Ler]
13 Eu estava, pois, observando estas coisas durante a visão nocturna, e eis que vi um (personagem) que parecia um Filho de homem, que veio sobre as nuvens do céu; chegou até ao Ancião e foi apresentado diante dele. [Ler]
14 Foram-lhe dados império, honra e reino; e todos os povos, nações e línguas o serviram; o seu império é um império eterno, que não passará, e o seu reino não será jamais destruído. [Ler]
15 O meu espírito encheu-se de horror; eu, Daniel, fiquei atemorizado com estas coisas, as visões da minha cabeça perturbaram-me. [Ler]
16 Aproximei-me dum dos assistentes e perguntei-lhe a verdade sobre tudo isto. Ele deu-me a interpretação destas visões, ensinou-me; [Ler]
17 Estes quatro grandes animais são quatro reis, que se levantarão da terra. [Ler]
18 mas os santos do Deus altíssimo receberão o reino e entrarão na posse do mesmo reino para sempre, por uma eternidade de eternidades. [Ler]
19 Depois disto, quis saber a verdade acerca do quarto animal, que era diferente de todos os outros e sobremaneira temeroso, de dentes de ferro e unhas de bronze, que devorava e despedaçava, e calcava aos pés o que sobejava. [Ler]
20 (Quis também informar-me) das dez hastes que tinha na cabeça e da outra que lhe nascera na presença da qual tinham caído três hastes, haste que tinha olhos e uma boca que falava com insolência e que parecia maior que as outras [Ler]
21 Estava eu observando, e eis que aquela haste fazia guerra contra os santos e levava-os de vencida, [Ler]
22 até que veio o Ancião e sentenciou a favor dos santos do Altíssimo, e até que chegou o tempo, em que os santos obtiveram o reino. [Ler]
23 Ele falou assim; o quarto animal será na terra o quarto reino, diferente de todos os outros reinos, que devorará toda a terra, a calcará e a reduzirá a pó. [Ler]
24 As dez hastes são dez reis que se levantarão neste reino; depois deles se levantará outro, e será mais poderoso do que os primeiros, e humilhará três reis. [Ler]
25 Falará insolentemente contra o Altíssimo, atropelará os santos do Altíssimo e imaginará que pode mudar os tempos e a lei; os santos serão entregues nas suas mãos até um (ano ou) tempo, dois (anos ou) tempos e metade dum (ano ou) tempo. [Ler]
26 (Depois) se realizará o juízo, e ser-lhe-á tirado o poder para o destruir e aniquilar para sempre. [Ler]
27 O reino, o império e a grandeza dos reinos, que estão debaixo de todos os céus, serão dados ao povo dos santos do Altíssimo, cujo reino é um reino eterno, e ao qual servirão e obedecerão todos os reis. [Ler]
28 Aqui terminou o que me foi dito. Eu Daniel, fiquei muito perturbado com estes meus pensamentos, e todo o meu semblante se mudou; mas conservei tudo isto no meu coração. [Ler]
Capítulo 8 Ver capítulo
1 No terceiro ano do reinado do rei Baltasar, tive uma visão, eu, Daniel, depois da que tinha tido anteriormente. [Ler]
2 Nesta visão que tive, encontrava-me na fortaleza de Susa, na província de Elam ; contemplando a visão, eu estava à porta de Ulai. [Ler]
3 Levantei os meus olhos para olhar, e eis que vi, em pé diante da ribeira, um carneiro, que tinha duas hastes elevadas; uma era mais alta do que a outra, mas cresceu depois dela. [Ler]
4 Vi que o carneiro dava marradas contra o ocidente, contra o aquilão e contra o meio-dia e nenhuma besta lhe podia resistir, ninguém podia livrar-se do seu poder; fazia quanto queria e tornava-se poderoso. [Ler]
5 Estava eu considerando isto e eis que um bode vinha do ocidente sobre a face de toda a terra, e (tão rapidamente que) não tocava na terra; este bode tinha uma grande haste entre os seus olhos. [Ler]
6 Dirigiu-se contra aquele carneiro que tinha hastes, o qual eu tinha visto era pé. diante da ribeira, e correu para ele com todo o ímpeto da sua força. [Ler]
7 Vi-o chegar perto do carneiro: atacou-o com fúria, feriu-o e quebrou-lhe as duas hastes, sem que o carneiro lhe pudesse resistir; tendo-o lançado por terra, pisou-o aos pés, e não houve quem pudesse livrar o carneiro do seu poder. [Ler]
8 Ora o bode tornou-se extraordinariamente grande; mas, quando se fez forte, quebrou-se o sua grande haste, e formaram-se em lugar dela quatro hastes para os quatro ventos do céu. [Ler]
9 Porém, duma destas saiu uma haste pequena, que se tornou grande para o meio-dia, para o oriente e para a terra esplêndida (de Israel). [Ler]
10 Elevou-se até ao exército do céu e deitou abaixo legiões e estrelas, e pisou-as aos pés. [Ler]
11 Elevou-se até contra o príncipe do exército (do céu), tirou-lhe o sacrifício perpétuo e destruiu o lugar do seu santuário. [Ler]
12 Foi-lhe dado poder contra o sacrifício perpétuo, por causa dos pecados (do povo); lançou a terra a verdade e teve feliz sucesso nos seus empreendimentos. [Ler]
13 Então ouvi um santo falar, e um outro santo perguntar ao que falava: Até quando durará (o que) a visão (anuncia) quanto ao sacrifício perpétuo e ao pecado (causa) da desolação que foi feita? Até quando serão calcados aos pés o santuário e o exército? [Ler]
14 Ele respondeu-lhe: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; depois disso, o santuário será restabelecido. [Ler]
15 Ora, enquanto eu Daniel, tinha esta visão e procurava a sua inteligência, apresentou-se diante de mim um ser com figura de homem. [Ler]
16 E ouvi uma voz de homem no meio de Ulai, a qual gritou: Gabriel, explica-lhe esta visão. [Ler]
17 Ele velo até junto do lugar onde eu estava; quando se aproximou, cai espavorido com o rosto por terra, e ele disse-me: Entende, filho de homem, que esta visão se cumprirá no tempo do fim. [Ler]
18 Enquanto me estava falando, desfaleci com o rosto por terra; ele, porém, tocou-me, fez-me pôr em pé. [Ler]
19 Depois disse-me: Mostrar-te-ei o que há-de suceder no fim da cólera, porque o tempo tem o seu fim. [Ler]
20 O carneiro que viste, que tinha duas hastes, significa os reis dos Medos e dos Persas. [Ler]
21 O bode é o rei dos Gregos; a grande haste, que tinha entre os seus dois olhos, é o primeiro rei. [Ler]
22 Quanto às quatro hastes, que, depois de quebrada aquela primeira, se levantaram em seu lugar, são as quatro realezas que se levantarão da sua nação, mas sem terem a sua força. [Ler]
23 Depois do seu reinado, quando chegarem ao cúmulo as suas iniquidades, levantar-se-á um rei, de rosto duro, e compreendedor de enigmas; [Ler]
24 o seu poder crescerá, mas não pelas próprias forças; fará devastações incríveis; tudo lhe correrá bem; matará os poderosos e o povo dos santos. [Ler]
25 Pela sua habilidade, terão bom êxito os dolos que urdir; (com isto) tornar-se-á arrogante o seu coração, e em plena paz, matará muitíssimos; levantar-se-á contra (Deus) o príncipe dos príncipes, porém será aniquilado sem intervir mão de homem. [Ler]
26 Aquela visão da tarde e da manhã, que te foi representada, é verdadeira. Porém guarda segredo sobre a visão, porque ela não sucederá senão depois de muitos dias. [Ler]
27 Então eu, Daniel, perdi as forças e fiquei doente alguns dias. Depois levantei-me para me ocupar dos negócios do rei. Estava pasmado da visão, sem haver ninguém que a pudesse interpretar (dum modo claro). [Ler]
Capítulo 9 Ver capítulo
1 No primeiro ano de Dario, filho de Assuero, da estirpe dos Medos, que reinou no império dos Caldeus, [Ler]
2 no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, ao ler os livros (santos), considerava o número dos anos de que o Senhor tinha falado ao profeta Jeremias, que a desolação de Jerusalém devia durar: setenta anos. [Ler]
3 E voltei o meu rosto para o Senhor meu Deus, para lhe rogar e suplicar com jejuns, saco e cinza. [Ler]
4 Orei ao Senhor meu Deus e fiz-lhe esta confissão; Ah ! Senhor, Deus grande e terrível, que guardas a tua aliança e a tua misericórdia para com os que te amam e observam os teus mandamentos. [Ler]
5 Nós pecamos, cometemos a iniquidade, procedemos impiamente, fomos rebeldes, afastámo-nos dos teus preceitos e das tuas leis. [Ler]
6 Não temos escutado os teus servos, os profetas, que falaram em teu nome aos nossos reis aos nossos príncipes, aos nossos pais e a todo o povo do país. [Ler]
7 Tua é, ó Senhor, a justiça; a nós, porém, não nos resta senão a confusão do nosso rosto, como sucede hoje a todos os homens de Judá, aos habitantes de Jerusalém e a todo o Israel, aos que estão perto e aos que estão longe, em todos os países, para onde os lançaste, por causa das iniquidade que cometeram contra ti. [Ler]
8 Para nós, Senhor, a confusão do rosto, para os nossos reis, para os nossos príncipes, e para os nossos país, pois pecámos contra ti. [Ler]
9 Mas do Senhor, nosso Deus, é própria a misericórdia e a propiciação, porque nos revoltámos contra ele. [Ler]
10 Não ouvimos a voz do Senhor nosso Deus, não andámos segundo a lei, que nos prescreveu, por meio dos seus servos, os profetas. [Ler]
11 Todos os de Israel violaram a tua lei, desviaram-se para não ouvirem a tua voz; sobre nós, por isso, se derramaram a maldição e a imprecação, escritas na lei de Moisés, servo de Deus, porque pecámos contra ele. [Ler]
12 Cumpriu as palavras que proferiu contra nós e contra os príncipes que nos governavam; fez vir sobre nós uma calamidade tão grande, que nunca se viu, debaixo de todo o céu, igual à que aconteceu a Jerusalém. [Ler]
13 Todo este mal caiu sobre nós, segundo está escrito na lei de Moisés, e nós não acalmámos a face do Senhor nosso Deus, afastando-nos das nossas iniquidades e aplicando-nos ao conhecimento da tua verdade. [Ler]
14 Assim o Senhor vigiou sobre a desgraça e fê-la cair sobre nós, porque o Senhor nosso Deus é justo em todas as obras que fez, mas nós não ouvimos a sua voz. [Ler]
15 Agora, Senhor nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egipto com mão poderosa e que adquiriste então um nome, que dura até ao dia de hoje, (confessamos que) temos pecado, que temos cometido a iniquidade. [Ler]
16 Senhor, por toda a tua justiça (ou misericórdia), digna-te afastar a tua ira e o teu furor da cidade de Jerusalém, do teu santo monte (Sião), porque Jerusalém e o teu povo são hoje o escárnio de todos os que nos cercam, por causa dos nossos pecados e das iniquidades de nossos pais. [Ler]
17 Atende, pois, agora. Deus nosso, à oração do teu servo, às suas preces, e, sobre o teu santuário devastado, faze brilhar a tua face, por amor de ti mesmo. [Ler]
18 Inclina, Deus meu, o teu ouvido e ouve; abre os teus olhos e vê as nossas ruínas e (contempla) a cidade sobre a qual se invoca o teu nome. Não trazemos à tua presença as nossas súplicas (humildes) fundados em merecimentos da nossa justiça, mas sim nas tuas grandes misericórdias. [Ler]
19 Ouve, Senhor, perdoa. Senhor; atende e põe mãos à obra; não tardes mais. Deus meu, por amor de ti mesmo, porque esta cidade e este teu povo têm a glória de lhes haver sido dado o teu nome. [Ler]
20 Quando eu ainda falava, orando e confessando os meus pecados e os pecados do meu povo de Israel, apresentando as minhas súplicas na presença do Senhor meu Deus, a favor do santo monte do meu Deus; [Ler]
21 quando eu, digo, ainda não tinha bem acabado as palavras da minha súplica, eis que Gabriel, aquele homem que, anteriormente, eu tinha visto na visão, voando rapidamente, se aproximou de mim, à hora da oblação da tarde. [Ler]
22 Instruiu-me, falando-me assim; Daniel, eu vim agora para te ensinar, de modo que entendas (os desígnios de Deus). [Ler]
23 Desde o princípio das tuas preces, foi enviada uma palavra e eu vim para ta anunciar, porque tu és um predilecto (de Deus); toma, pois, bem sentido nesta palavra e compreende a visão. [Ler]
24 Setenta semanas foram decretadas sobre o teu povo e sobre e a tua cidade santa a fim de que a prevaricação termine, os pecados sejam selados, a iniquidade expiada; a justiça eterna trazida, as visões e profecias seladas, e o Santo dos santos ungido. [Ler]
25 Sabe, pois, isto e compreende-o: Desde a saída da ordem para Jerusalém ser reedificada até a um ungido, um chefe, passarão sete semanas e sessenta e duas semanas; e serão reedificadas as praças e os muros na angústia dos tempos. [Ler]
26 Depois das sessenta e duas semanas, será exterminado um ungido, sem haver quem lhe suceda. E o povo dum chefe que há-de vir, destruirá a cidade e o santuário; o seu fim será uma ruína total, e, até ao fim, haverá a guerra e a devastação decretada. [Ler]
27 Concluirá com muitos uma aliança firme durante uma semana, e, no meio da semana, fará cessar o sacrifício e a oblação, e virá sobre o templo a abominação da desolação, que durará até ao fim, até ao termo marcado para o devastador. [Ler]
Capítulo 10 Ver capítulo
1 No terceiro ano de Ciro, rei dos Persas, foi revelada a Daniel, chamado Baltasar, uma palavra verdadeira e anunciadora de grandes lutas. Ele entendeu a palavra e teve inteligência da visão. [Ler]
2 Naqueles dias, eu, Daniel, fiz penitência durante três semanas: [Ler]
3 não tomei alimento algum apetitoso, nem carne nem vinho entraram na minha boca, não me ungi, até que se completassem os dias destas três semanas. [Ler]
4 No dia vinte e quatro do primeiro mês, estava eu junto do grande rio, que é o Tigre. [Ler]
5 Levantei os olhos e vi um homem vestido de roupas de linho e cingido pelos rins com um cinto de ouro de Ufaz; [Ler]
6 o seu corpo era (brilhante) como o crisólito, o seu rosto como o relâmpago, e os seus olhos pareciam fachos ardentes; os seus braços e todo o resto do corpo até aos pés eram semelhantes ao bronze reluzente, e o som das suas palavras era como o ruído das multidões. [Ler]
7 Somente eu, Daniel, tive esta visão; os homens que estavam comigo não a tiveram, mas caiu sobre eles um terror tão grande que fugiram para lugares ocultos. [Ler]
8 Tendo eu, pois, ficado sozinho, vi esta grande aparição. Não ficou vigor em mim, mudou-se o meu semblante, fiquei desfigurado e perdi todas as forças. [Ler]
9 Ouvi o som das suas palavras, e, ouvindo-o, caí desfalecido, de rosto contra a terra. [Ler]
10 E eis que uma mão me tocou e me fez levantar sobre os meus joelhos e sobre as palmas das minhas mãos. [Ler]
11 Depois disse-me: Daniel, homem predilecto (de Deus), entende as palavras que te venho dizer, e põ-te de pé, porque fui agora enviado a ti. Quando proferiu estas palavras, pus-me de pé, tremendo. [Ler]
12 Disse-me: Não tenhas medo, Daniel, porque desde o primeiro dia, em que aplicaste o teu coração a compreender e a mortificar-te na presença do teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras, e eu vim por causa delas. [Ler]
13 O príncipe do reino dos Persas resistiu-me durante vinte e um dias; mas eis que veio em meu socorro Miguel, um dos primeiros príncipes, e eu fiquei lá junto do rei dos Persas. [Ler]
14 Vim para te ensinar as coisas que estão para suceder ao teu povo nos últimos dias, porque o cumprimento desta visão ainda está para esses dias (longínquos). [Ler]
15 Enquanto ele me dizia estas palavras, estive com os olhos postos no chão, em silêncio. [Ler]
16 E eis que um ser semelhante a um filho de homem, me tocou os lábios e eu, abrindo a minha boca, falei; disse ao que estava em pé diante de mim : Meu Senhor, esta visão angustiou-me, e não me ficou força alguma. [Ler]
17 Como poderá o servo do meu Senhor falar com o meu Senhor? Estou sem força, falta-me o alento. [Ler]
18 Então aquele que eu via sob a aparência dum homem, tornou-me a tocar, confortou-me, [Ler]
19 e disse; Não temas, homem predilecto (de Deus)! A paz seja contigo! Tem vigor! Coragem! Quando ele ainda me falava, recobrei as forças e disse; Fala, meu Senhor, porque me fortaleceste. [Ler]
20 Então disse-me ele ; Sabes tu por que é que vim ter contigo? Agora volto a pelejar contra o príncipe dos, Persas. Quando eu sair, virá o príncipe dos Gregos. [Ler]
21 Mas (antes disso) anunciar-te-ei o que está expresso no seguir, livro da verdade. Em todas estas coisas ninguém me ajuda senão Miguel, que é o vosso príncipe. [Ler]
Capítulo 11 Ver capítulo
1 Eu (Gabriel), no primeiro ano de Dario Medo, estava junto dele para o sustentar e fortificar. [Ler]
2 Agora vou anunciar-te a verdade. Eis que haverá ainda três reis na Pérsia; o quarto se elevará pela grandeza das suas riquezas acima de todos, e, quando se tiver tornado poderoso com as suas riquezas, excitará todos (os povos) contra o reino da Grécia. [Ler]
3 Levantar-se-á, porém, um rei forte, que dominará um grande império e que fará o que lhe aprouver. [Ler]
4 Quando estiver elevado, o seu reino será destruído e dividido pelos quatro ventos do céu, mas não entre os seus descendentes, nem com o mesmo poder com que ele dominou, porque o seu reino será dilacerado e passará a estranhos à sua descendência. [Ler]
5 O rei do Meio-dia se fortificará, mas um dos seus príncipes será mais poderoso do que ele, e o seu império maior. [Ler]
6 Alguns anos depois, farão aliança um com o outro, e a filha do rei do Meio-dia irá ter com o rei do Aquilão para estabelecer um acordo. Ela, porém, não conservará o apoio de um braço (ou de seu pai) nem do seu próprio braço (ou de seu marido). Será entregue (à morte) com os que a conduziram, o que a criou e o que a tinha sustentado durante algum tempo, [Ler]
7 Das suas raízes sairá um rebento, a ocupar o seu lugar. Virá contra o seu exército, entrará nos fortes do rei do Aquilão, atacá-los-á e tornar-se-á senhor deles. [Ler]
8 Além disso, levará cativos para o Egipto os seus deuses, as suas estátuas e os seus vasos preciosos de prata e ouro. Quando, durante alguns anos, deixar de atacar o rei do Aquilão, [Ler]
9 este entrará no reino do Meio-dia, mas voltará depois para a sua terra, [Ler]
10 Seus filhos se levantarão e reunirão grande exército que marchará á maneira de inundação; voltará e avançará até à sua fortaleza. [Ler]
11 O rei do Meio-dia, enfurecer-se-á, sairá e pelejará contra o rei do Aquilão; preparará um exército imenso, e lhe será entregue entre as mãos uma grande multidão de inimigos. [Ler]
12 Aniquilado este exército, o seu coração se elevará; matará muitos milhares, mas não ganhará força. [Ler]
13 O rei do Aquilão tornará a vir, juntará uma multidão de tropas maior do que antes, e, depois de certo tempo, avançará com um numeroso exército e grandes forças, [Ler]
14 Naqueles tempos se levantarão muitos contra o rei do Meio-dia: homens violentos do teu povo se elevarão também para cumprirem a visão mas hão-de sucumbir. [Ler]
15 Virá o rei do Aquilão, levantará plataformas e tomará uma cidade fortificadíssima; os braços _(ou as forças do rei)- do Meio-dia não poderão suster o seu esforço; nem os mais valentes dentre eles conseguirão resistir; achar-se-ão sem forças. [Ler]
16 Aquele (Antíoco III) que vier sobre ele (Ptolomeu IV ), fará o que bem lhe aprouver; não haverá quem lhe possa resistir; ele entrará na terra esplêndida (da Judeia) e destruirá tudo o que cair sob a sua mão. [Ler]
17 Formará o desígnio de se apoderar de todo o reino do Meio-dia; fará um acordo com o seu rei e dar-lhe-á em casamento sua filha (Cleópatra), a fim de o perder; mas não lhe sairá a coisa conforme o seu intento, esse reino não será dele. [Ler]
18 Depois dirigir-se-á contra as ilhas e tomará muitas delas; porém um chefe deterá a sua soberba, e far-lhe-á pagar o seu insulto. [Ler]
19 Então voltará para os fortes do seu país, mas tropeçará, cairá, e não será mais achado. [Ler]
20 Tomará o seu lugar um outro, que enviará um exactor para esmagar a glória do reino, mas perecerá em poucos dias; porém isto não acontecerá nem pela cólera nem pela guerra. [Ler]
21 Ocupará o seu lugar um homem desprezível, mas não lhe será dada honra de rei; virá subitamente e apoderar-se-á do reino com enganos. [Ler]
22 Os braços do combatente serão vencidos diante dele e quebrados, e também o chefe da aliança. [Ler]
23 Apesar do acordo feito, usará com ele de engano, subirá (ao Egipto) e vencê-lo-á com pouca gente. [Ler]
24 Entrará inesperadamente nas mais ricas regiões do país e fará o que nunca fizeram seus pais, nem os pais de seus pais; repartirá pelos seus os despojos, a presa e as riquezas; formará projectos contra as mais fortes cidades, mas isto até certo tempo (determinado por Deus). [Ler]
25 Excitará o seu poder e o seu coração contra o rei do Meio-dia com um grande exército; o rei do Meio-dia animar-se-á a sair á batalha com muitas e fortes tropas, mas elas não perseverão firmes, porque maquinarão desígnios contra ele. [Ler]
26 Aqueles mesmos que comiam o pão com ele, o arruinarão; o seu exército será oprimido, e um grande número dos seus cairão mortos. [Ler]
27 Os dois reis somente pensarão em fazer o mal um ao outro, e, sentados à mesma mesa, dirão palavras de mentira, mas nenhum conseguirá os seus intentos, porque o prazo (marcado por Deus) é para outro tempo. [Ler]
28 Voltará para o seu pais com muitas riquezas; o seu coração será hostil à santa aliança (do Senhor), fará (muitos males), e, depois, voltará para o seu pais. [Ler]
29 No tempo determinado, tornará a vir para o Meio-dia, mas esta última expedição não será semelhante à primeira, [Ler]
30 Os navios de Kittim virão contra ele, que ficará desanimado; voltará e conceberá uma grande indignação contra a aliança santa, empreenderá muitas coisas contra ela. fazendo acordo com os que a tinham abandonado. [Ler]
31 Virão tropas, às suas ordens, profanar o santuário, a fortaleza, farão cessar o sacrifício perpétuo e porão no templo a abominação da desolação. [Ler]
32 Perverterá os violadores da aliança, mas o povo, que conhece o seu Deus, perseverará constante e procederá (segundo a lei). [Ler]
33 Os que forem doutos entre o povo, ensinarão a muitos, mas cairão vítimas da espada, da chama, do cativeiro e da pilhagem, durante um certo tempo. [Ler]
34 Quando caírem arruinados, serão socorridos por um fraco auxílio, e muitos se juntarão a eles fingidamente. [Ler]
35 Dos sábios cairão alguns para que sejam acrisolados, purificados e branqueados, até ao tempo final, porque o tempo marcado ainda está para vir. [Ler]
36 O rei fará o que quiser, elevar-se-á e engrandecer-se-á contra todo o deus; até falará insolentemente contra o Deus dos deuses, e sair-lhe-ão bem as coisas até que a ira chegue ao cúmulo, porque o que foi decretado, cumprir-se-á. [Ler]
37 Não terá respeito algum aos deuses de seus pais, nem à divindade querida das mulheres ; nenhum caso fará dos deuses, pois se julgará superior a tudo. [Ler]
38 Mas venerará o deus das fortalezas no seu lugar, enfeitará com ouro, prata, pedras preciosas e coisas de grande valor, a este deus, que seus pais desconheceram. [Ler]
39 Fortificará as suas praças com um deus estranho; aqueles que o reconhecerem, cumulá-los-á de honras, dar-lhes-á poder sobre muitas coisas e repartirá por eles terras gratuitamente. [Ler]
40 O rei do Meio-dia pelejará contra ele no tempo do fim ; o rei do Aquilão marchará também contra ele como uma tempestade, com grande multidão de carros, de gente a cavalo e com uma grande armada; entrará nas suas terras, como torrente transbordante. [Ler]
41 Depois entrará na terra esplêndida (ou da Judeia), onde muitíssimos cairão. Todavia hão-de escapar às suas mãos, Bdom, Moab e os principais dos filhos de Amon. [Ler]
42 Estenderá a sua mão contra outros países, e a terra do Egipto não escapará. [Ler]
43 Tornar-se-á senhor dos tesouros de ouro, de prata e de tudo o que há de precioso no Egipto. Segui-lo-ão os Líbios e os Etíopes. [Ler]
44 Turbá-lo-ão, porém, notícias vindas do oriente e do Aquilão, e partirá com grande furor para destruir e matar muitos. [Ler]
45 Erguerá a sua tenda entre os mares e o ínclito e santo monte. Então chegará ao termo da sua vida, e ninguém lhe dará auxilio. [Ler]
Capítulo 12 Ver capítulo
1 Nesse tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, protector dos filhos do teu povo. Será um tempo de tal angústia, qual não houve desde que os povos começaram a existir até então. Nesse tempo o teu povo será salvo; (sê-lo-á) todo aquele que estiver inscrito no livro (da vida). [Ler]
2 Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão, uns para a vida eterna, e outros para a vergonha, o horror eterno. [Ler]
3 Aqueles que tiverem sido doutos, resplandecerão como a luz do firmamento ; e os que tiverem ensinado a muitos o caminho da justiça, brilharão como as estrelas por toda a eternidade. [Ler]
4 Tu, porém, Daniel, conserva guardadas estas palavras e sela o livro até ao tempo do fim ; muitos o passarão pelos olhos e acrescentarão a sua ciência. [Ler]
5 Então eu, Daniel, olhei e vi que estavam em pé outros dois homens; um, duma parte sobre a margem do rio, e outro, da outra parte sobre a outra margem do mesmo rio. [Ler]
6 um deles disse ao homem que estava vestido de roupas de linho, o qual se sustinha em pé sobre as águas do rio : Quando se cumprirão estas coisas extraordinárias? [Ler]
7 E ouvi o homem, vestido de roupas de linho, o qual se sustinha em pé sobre as águas do rio; tendo levantado ao céu a mão direita e a mão esquerda, jurou por aquele (Senhor) que vive eternamente, que isso seria depois dum tempo; (dois) tempos e metade dum tempo, que todas estas coisas se cumpririam, quando acabasse de ser despedaçada a força do povo santo. [Ler]
8 Ouvi (o que ele dizia), mas não o entendi, e disse: Meu Senhor, qual será o fim de tudo isto? [Ler]
9 Respondeu: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim. [Ler]
10 Muitos serão purificados, branqueados e provados; os ímpios procederão impiamente, e nenhum ímpio compreenderá, mas os sábios compreenderão. [Ler]
11 Desde o tempo em que o sacrifício perpétuo for abolido, e a abominação da desolação for estabelecida (no templo), passarão mil e duzentos e noventa dias. [Ler]
12 Bem-aventurado o que esperar e chegar até mil e trezentos e trinta e cinco dias! [Ler]
13 Tu vai até ao fim e (depois) descansa; levantar-te-ás para (receber) a tua porção no fim dos dias.Até aqui (diz S. Jerónimo) lemos Daniel no texto hebreu.O que segue, até ao fim do livro, foi traduzido segundo a edição de Teodocião. [Ler]
Capítulo 13 Ver capítulo
1 Havia um homem, que habitava em Babilónia, cujo nome era Joaquim, [Ler]
2 o qual casou com uma mulher chamada Susana, filha de Helcias, formosíssima e temente a Deus, [Ler]
3 porque seus pais, como eram justos, tinham instruído a sua filha segundo a lei de Moisés. [Ler]
4 Ora Joaquim era muito rico e tinha um jardim junto de sua casa; os Judeus concorriam a ele, porque era o mais respeitável de todos. [Ler]
5 Naquele ano tinham sido constituídos juízes dois velhos dentre o povo, daqueles de quem o Senhor falou, quando disse; A iniquidade saiu da Babilónia por meio de velhos que eram juízes, os quais pareciam governar o povo. [Ler]
6 Frequentavam estes a casa de Joaquim onde iam ter com eles os que tinham pleitos para julgar. [Ler]
7 Por volta do meio-dia, quando o povo se tinha retirado, Susana entrava e passeava no jardim do seu marido. [Ler]
8 Estes velhos viam-na entrar e passear, todos os dias, e conceberam uma paixão por ela. [Ler]
9 Perderam o senso e voltaram os seus olhos para não verem o céu, nem se lembraram dos justos juízos. [Ler]
10 Estavam ambos feridos de paixão por Susana, mas não declararam um ao outro a sua paixão, [Ler]
11 porque se envergonhavam de descobrir um ao outro o desejo de a possuir. [Ler]
12 Observavam todos os dias com grande cuidado o tempo em que a poderiam ver. (Um, dia) disseram entre si: [Ler]
13 Vamos para casa, porque são horas de comer. (Realmente), tendo saído separaram-se um do outro. [Ler]
14 Mas, tornando logo (cada um) a vir, encontraram-se de novo num mesmo lugar. Depois de se terem perguntado mutuamente a causa, confessaram a sua paixão, e, então, de comum acordo, fixaram o tempo em que a poderiam encontrar só. [Ler]
15 Aconteceu, pois, que, aguardando eles uma ocasião oportuna, entrou ela, como de costume, acompanhada somente de duas donzelas, e quis banhar-se no jardim, acusam porque fazia (muito) calor. [Ler]
16 Não se encontrava então ali ninguém, senão os dois velhos, que estavam escondidos e a contemplavam. [Ler]
17 Disse Susana às donzelas: Trazei-me os óleos e os perfumes, e fechai as portas do jardim, para eu tomar banho. [Ler]
18 Elas fizeram o que lhes tinha mandado; fecharam as portas do jardim e saíram por uma porta escusa, para trazerem o que lhes havia ordenado, ignorando que os velhos estavam dentro escondidos. [Ler]
19 Logo que as donzelas saíram, levantaram-se os dois velhos, correram para ela e disseram-lhe: [Ler]
20 Estão fechadas as portas do jardim ; ninguém nos vê, e nós ardemos em paixão por ti ; rende-te, pois, ao nosso desejo, entrega-te a nós. [Ler]
21 Se recusas, daremos testemunho contra ti, dizendo que estava contigo um jovem e que foi por isso que despediste as donzelas. [Ler]
22 (Ao ouvir isto) Susana gemeu e disse: De todas as partes me vejo cercada de angústias: se eu fizer isto, incorro na morte; se não o fizer, não escaparei das vossas mãos. [Ler]
23 Porém melhor é para mim cair inocente entre as vossas mãos, do que pecar na presença do Senhor. [Ler]
24 E imediatamente deu Susana um grande grito. Então os dois velhos também gritaram contra ela. [Ler]
25 E um deles correu à porta do jardim e abriu-a. [Ler]
26 Os criados da casa, tendo ouvido gritar no jardim, correram lá pela porta escusa, para verem o que era. [Ler]
27 Quando os velhos falaram, ficaram os criados sumamente envergonhados, porque nunca semelhante coisa se tinho dito de Susana. [Ler]
28 No dia seguinte, tendo vindo o povo à casa de Joaquim, seu marido, vieram também os dois velhos, cheios de iníquos pensamentos contra Susana, para lhe fazerem perder a vida. [Ler]
29 Disseram diante do povo: Mandai buscar Susana, filha de Helcias, mulher de Joaquim. Mandaram-na buscar. [Ler]
30 Ela veio, acompanhada de seus pais, seus filhos e de todos os seus parentes. [Ler]
31 Ora Susana era de traços delicados e de uma formosura extraordinária. [Ler]
32 Então aqueles malvados mandaram-lhe descobrir o rosto, porque estava velada, para se fartarem com a vista da sua beleza. [Ler]
33 Entretanto choravam os seus é todos os que a conheciam. [Ler]
34 Aqueles dois velhos, levantando-se no meio do povo, puseram as suas mãos sobre a cabeça de Susana. [Ler]
35 Ela, chorando, levantou os olhos ao céu, porque o seu coração tinha uma firme confiança no Senhor. [Ler]
36 Os velhos disseram: Quando passeávamos sós na jardim, entrou esta mulher com duas donzelas; fechou as portas do jardim e despediu as donzelas. [Ler]
37 Então um jovem, que estava escondido, foi ao seu encontro e pecou com ela. [Ler]
38 Nós, que estávamos a um canto do jardim, vendo esta maldade, corremos para eles e vimo-los ambos neste acto. [Ler]
39 Não pudemos apanhar o jovem, porque era mais forte do que nós, o qual, tendo aberto a porta, fugiu. [Ler]
40 A ela conseguimos apanhá-la e perguntámos-Ihe que jovem era aquele, mas não no-lo quis dizer. Deste sucesso somos nós testemunhas. [Ler]
41 Todo o ajuntamento lhes deu crédito, como a velhos e a juízes do povo, e ela foi condenada à morte. [Ler]
42 Então Susana exclamou em alta voz: Deus eterno, que penetras as coisas escondidas, que conheces todas as coisas ainda antes que aconteçam, [Ler]
43 tu sabes que eles levantaram contra mim um falso testemunho; e eis que morro, sem ter feito nada do que inventaram criminosamente contra mim. [Ler]
44 O Senhor ouviu a sua oração. [Ler]
45 Quando a conduziam à morte, suscitou o Senhor o santo espírito (da profecia) num jovem chamado Daniel, [Ler]
46 o qual gritou em alta voz: Estou inocente do sangue desta mulher. [Ler]
47 Voltou-se para ele todo o povo e disse-lhe: Que significa essa palavra, que acabas de proferir? [Ler]
48 Ele, pondo-se em pé no meio de todos, disse: É possível, filhos de Israel, que sejais vós tão insensatos que, sem o devido exame e conhecimento da verdade, tenhais condenado uma filha de Israel? [Ler]
49 Julgai-a de novo, porque eles disseram um falso testemunho contra ela. [Ler]
50 Voltou, pois, o povo, apressadamente, e os velhos disseram a Daniel: Vem, assenta-te no meio de nós e esclarece-nos, visto que Deus te deu a honra da velhice, [Ler]
51 Daniel disse ao povo: Separai-os longe um do outro, e eu os julgarei. [Ler]
52 Tendo sido separados, chamou Daniel um deles e disse-lhe: Homem inveterado no mal, os pecados que cometias noutro tempo, voltam agora sobre ti, [Ler]
53 que pronunciavas juízos injustos, que oprimias os Inocentes e absolvias os culpados, apesar de o Senhor ter dito: Não farás morrer o inocente e o justo. [Ler]
54 Ora bem! Se a viste (pecar), dize: Debaixo de que árvore os viste juntos? Ele respondeu: Debaixo dum lentisco. [Ler]
55 Daniel disse-lhe: Verdadeiramente mentiste contra a tua cabeça, porque eis que o anjo de Deus, tendo recebido dele (O poder de executar) a sentença (proferida contra ti), te partirá pelo meio. [Ler]
56 Tendo feito retirar este, mandou que viesse o outro, e disse-lhe: Raça de Canaan, e não de Judá, a formosura seduziu-te, e a concupiscência perverteu-te o coração. [Ler]
57 Era assim que vós fazíeis às filhas de Israel, e elas, com medo, condescendiam convosco; porém esta filha de Judá não suportou a vossa iniquidade. [Ler]
58 Dize-me, pois, agora: Debaixo de que árvore os surpreendeste juntos? Ele respondeu: Debaixo dum carvalho. [Ler]
59 Daniel disse-lhe: Verdadeiramente também tu mentiste contra a tua cabeça, porque o anjo do Senhor está esperando, com a espada na mão, para te cortar pelo meio, para te matar. [Ler]
60 Imediatamente toda a assembleia gritou em alta voz, bem-dizendo a Deus; que salva os que esperam nele. [Ler]
61 Então levantaram-se contra os dois velhos, os quais Daniel havia convencido por sua própria boca de terem dado um testemunho falso, e fizeram-lhes sofrer o mesmo mal que eles tinham intentado contra o seu próximo, [Ler]
62 para cumprirem com a lei de Moisés: mataram-nos, sendo salvo o sangue inocente naquele dia. [Ler]
63 Então Helcias e sua mulher louvaram a Deus por (ter salvado) Susana, sua filha, com Joaquim, seu marido, e com todos os parentes por se não ter achado nela coisa que ofendesse a honestidade. [Ler]
64 E Daniel, desde aquele dia em diante, tornou-se grande diante do povo. [Ler]
65 O rei Astiages foi juntar-se a seu pais (no sepulcro), e Ciro, o Persa, sucedeu-lhe no reino. [Ler]
Capítulo 14 Ver capítulo
1 Ora Daniel comia à mesa do rei, que o tinha elevado em honra acima de todos os seus amigos. [Ler]
2 Entre os Babilônios havia um ídolo chamado Bel; gastavam-se com ele todos os dias doze artabes de flor de farinha, quarenta ovelhas e seis medidas de vinho. [Ler]
3 O rei também honrava esse ídolo e todos os dias o ia adorar. Daniel, porém, adorava o seu Deus. O rei disse-Ihe: Por que não adoras Bel? [Ler]
4 Daniel respondeu-lhe: Porque eu não adoro os ídolos, que são feitos por mãos de homens, mas sim o Deus vivo, que criou o céu e a terra e que tem debaixo do seu poder toda a carne. [Ler]
5 O rei disse-lhe: Não te parece que Bel é um Deus vivo? Não vês o que ele come e bebe todos os dias? [Ler]
6 Daniel respondeu-lhe, sorrindo: Ó rei, não te iludas; esse ídolo é de barro por dentro, e de bronze, por fora, e nunca comeu. [Ler]
7 Então o rei, todo irado, chamou os sacerdotes de Bel e disse-lhes: Se me não indicardes quem é que come as oferendas (feitas a Bel) morrereis. [Ler]
8 Mas, se mostrardes que Bel é quem come tudo isso, morrerá Daniel, porque blasfemou contra Bel. Daniel disse ao rei: Faça-se segundo a tua palavra. [Ler]
9 Ora os sacerdotes de Bel eram setenta, sem contar as suas mulheres e os seus filhos. O rei foi com Daniel ao templo de Bel. [Ler]
10 Os sacerdotes de Bel disseram-lhe: Nós vamos sair; e tu, ó rei, manda pôr os alimentos e o vinho, depois de feita a mistura, fecha a porta do templo e sela-a com o teu anel. [Ler]
11 Quando entrares amanhã, de manhã, se não achares que Bel comeu tudo, morreremos; caso contrário, morrerá Daniel que mentiu contra nós. [Ler]
12 Estavam muito confiados, porque tinham feito debaixo da mesa do altar uma entrada secreta, por onde entravam sempre para levar as oferendas. [Ler]
13 Logo que os sacerdotes saíram, mandou o rei pôr os alimentos diante de Bel; Daniel, porém, mandou aos seus criados que lhe trouxessem cinza, e espalhou-a por todo o templo, na presença do rei, fazendo-a passar por um crivo. Ao sair, fecharam a porta do templo; depois selaram-na com o anel do rei e retiraram-se. [Ler]
14 Os sacerdotes entraram durante a noite, segundo o seu costume, com suas mulheres e filhos, e comeram e beberam tudo. [Ler]
15 O rei levantou-se, ao romper da manhã, e Daniel com ele. [Ler]
16 O rei disse: Estão intactos os selos? Ele respondeu: Estão intactos, ó rei. [Ler]
17 Imediatamente o rei, tendo aberto a porta, olhou para a mesa e exclamou em alta voz: Tu és grande, é Bel, e não há em ti engano algum. [Ler]
18 Daniel começou a rir e, detendo o rei para não passar mais adiante, disse: Olha para este pavimento e considera de quem são estas pegadas. [Ler]
19 O rei disse: Vejo pegadas de homens, de mulheres e de crianças. E o rei irritou-se. [Ler]
20 Então mandou prender os sacerdotes, sua mulheres e filhos, os quais lhe mostraram as portas secretas, por onde entravam para consumir tudo o que estava sobre a mesa. [Ler]
21 O rei mandou-os matar e entregou Bel ao arbítrio de Daniel, que o destruiu, assim como ao seu templo. [Ler]
22 Havia também naquele lugar um grande dragão que os Babilônios veneravam. [Ler]
23 O rei disse a Daniel: Dirás ainda que este é de bronze? Ele vive, come e bebe. Não podes dizer que não é um deus vivo. Adora-o, pois. [Ler]
24 Daniel respondeu-lhe: Eu adoro o Senhor meu Deus, porque ele é um Deus vivo; este não é um Deus vivo. [Ler]
25 Tu, é rei, dá-me licença, e eu matarei este dragão, sem espada, nem vara. O rei disse-lhe: Eu ta dou. [Ler]
26 Daniel tomou pês, gordura e pêlos; cozeu tudo junto, fez umas bolas e meteu-as pela boca do dragão, e o dragão arrebentou. Daniel disse: Eis o que adoráveis. [Ler]
27 Os Babilônios, tendo sabido isto, indignaram-se fortemente, e, tendo-se juntado contra o rei, disseram: O rei tornou-se judeu! Destruiu Bel, matou o dragão e mandou matar os sacerdotes. [Ler]
28 Eles, pois, indo ter com o rei, disseram-lhe: Entrega-nos Daniel, senão nós te mataremos a ti e a toda a tua casa. [Ler]
29 Viu o rei que apertavam com ele fortemente, e, constrangido da necessidade, entregou-lhes Daniel. [Ler]
30 Eles lançaram-no na cova dos leões, onde esteve seis dias. [Ler]
31 Havia no lago sete leões, aos quais, todos os dias, davam dois cadáveres e duas ovelhas; mas por então não lhos deram, a fim de que devorassem Daniel. [Ler]
32 Estava então o Profeta Habacuc na Judeia.Tinha cozido um caldo e migado uns pães dentro duma vasilha, e ia levá-los ao campo, aos ceifeiros que lá trazia. [Ler]
33 O anjo do Senhor disse a Habacuc: Leva a Babilônia essa refeição que tens, para a dares a Daniel, que está na cova dos leões. [Ler]
34 Habacuc respondeu; Senhor, nunca vi Babilônia e não sei onde é a cova. [Ler]
35 Então o anjo do Senhor tomou-o pelo alto da cabeça, e, tendo-o pelos cabelos, levou-o com a impetuosidade do seu espírito até Babilônia, sobre a cova. [Ler]
36 Habacuc levantou a voz, dizendo; Daniel, Daniel, servo de Deus, toma a refeição que Deus te mandou. [Ler]
37 Daniel disse: Tu, ó Deus, te lembraste de mim, não desamparaste os que te amam. [Ler]
38 Então, levantando-se, Daniel comeu. E o anjo do Senhor reconduziu logo Habacuc ao seu lugar. [Ler]
39 Ao sétimo dia veio o rei para chorar Daniel; aproximou-se da cova, olhou para dentro e viu Daniel assentado. [Ler]
40 Deu um grande grito, dizendo: Tu és grande, ó Senhor Deus de Daniel! Não há outro Deus, além de ti! E mandou-o tirar da cova dos leões. [Ler]
41 Depois mandou lançar na mesma cova os que tinham maquinado a sua perdição, os quais foram devorados diante dele num momento. [Ler]
42 Então o rei disse: Todos os habitantes da terra temam o Deus de Daniel, porque ele é o Salvador, que opera sinais e maravilhas sobre a terra, que livrou Daniel da cova dos leões. [Ler]

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